No dia 28 de julho ocorreram as eleições na Venezuela, o processo todo foi organizado pela Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O resultado foi divulgado CNE na madrugada do dia 29 de julho, divulgando a vitória do candidato a reeleição Nicolas Maduro com 51,21% dos votos contra 44% do segundo colocado, Edmundo González.
Atrasos na divulgação
Conforme a legislação venezuelana, o CNE tem 30 dias para publicar os resultados no Diário Oficial. Entretanto, as auditorias rotineiras daquela nação ainda não foram realizadas como rito ordinário.
O órgão eleitoral argumenta ter sofrido um ataque cibernético e contra a sua infraestrutura física em regionais, o que atrasou o andamento normal dos trabalhos eleitorais. Não conseguindo ainda apresentar todos os dados referentes à apuração.
“[…] Ataques digitais massivos de diferentes partes do mundo contra a infraestrutura tecnológica do Poder Eleitoral e as principais empresas de telecomunicações do Estado retardaram a transmissão das atas e o processo de divulgação dos resultados.
As agressões terroristas incluíram a queima de Escritórios Regionais Eleitorais, Centros de Votação e Centros de Transmissão de Contingência”, afirmou a CNE.
Entretanto, na sexta-feira, 2 de agosto, o CNE divulgou um comunicado atestando ter recebido a transmissão 96,87% das urnas. No comunicado foi informada uma participação de 59,97% do eleitorado venezuelano, com vitória de Maduro pelo percentual de 51,95% dos votos.
Golpe imperialista
Os agentes do imperialismo aproveitaram da impossibilidade de divulgação dos documentos pelo CNE para enredar um golpe. Diferentemente de 2002, desta se mostra melhor organizado.
Desta vez os conhecidos agentes do imperialismo, atestam ter observadores em 95% das urnas e atestam, sem qualquer prova, vitória de González com 67% dos votos. Esse resultado “paralelo” foi divulgado em sítio online, e reconhecido por países imperialistas como resultado real.
Um golpe simples, onde o imperialismo, incapaz de dominar o CNE, atrapalha o processo e divulgar um resultado fajuto. É certo que se os setores imperialistas tivessem um apoio mais expressivo da população, que dirá maioria, já teriam posto abaixo as políticas nacionalistas.
Perícia técnica
Com a campanha imperialista, Maduro solicitou ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela uma auditoria técnica em todo o processo eleitoral. A solicitação foi acolhida pelo TSJ, que convocou uma reunião no dia 2 de agosto, para procede a verificação.
“Se admite, se avoca e inicia o processo de investigação e verificação para certificar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral realizado em 28 de julho de 2024”. Determinou o TSJ. Acrescentando que irá “assumir o compromisso com a paz, a democracia e em procura da ordem Constitucional da República, garantindo que a vontade das eleitoras e dos eleitores receba uma efetiva e oportuna tutela judicial”.
Gonzáles descumpriu a convocatória, demonstrando não ter interesse no resultado real do pleito. Mas segue sua campanha golpista apoiado na intervenção imperialistas e omissão de setores da esquerda.
Posição criminosa
A demanda golpista do imperialismo é obvia, assim como o reconhecimento da “vitória” do setor golpista desses Estados. Todavia, outra posição quase tão criminosa é a do Brasil, México e Colômbia, que pedem a publicação dos dados desagregados e não reconhecem o resultado do CNE.
Em outras palavras, o governo Lula, defendendo o interesse daqueles que promoveram o golpe de 2016, está intervindo na política interna da Venezuela. É absurda a demanda desses países não reconhecer um procedimento interno venezuelano e intervir em sua organização política.