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Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Coluna

Carnaval, apesar da direita e da esquerda identitária

A manifestação popular é ameaçadora para a burguesia, a ponto de ela ter que instrumentalizar um setor que se diz de esquerda para perseguí-lo

Todos os anos, avança a tentativa da burguesia de reprimir e, possivelmente, acabar com a maior festa popular do planeta Terra: o Carnaval brasileiro. O motivo para isso é muito simples: as massas populares nas ruas são um grande problema para os capitalistas. Trata-se do potencial início de uma grande revolta popular.  Quem não se lembra do Carnaval de 2019, que já trazia a mais popular das palavras de ordem daquele período para as ruas – “ei, Bolsonaro, vai tomar no…!”?

Nesse sentido, é possível ver, ao longo dos anos, que há um aumento intenso na repressão ao Carnaval. Isso é particularmente verdade na cidade de São Paulo, onde a burguesia age com bastante intensidade, mas também em outros locais. Um exemplo é que na Bahia foi proibida até a arma d’água pelo governo, por ser, supostamente, um instrumento para o assédio de mulheres.

O Carnaval também é muito perseguido pelos identitários, que procuram se escorar na esquerda para levar adiante uma política de repressão contra o povo brasileiro. No Carnaval, são várias as campanhas identitárias que são, inclusive, repercutidas pela própria imprensa burguesa. Começou com uma “bem-intencionada” campanha contra o assédio e o abuso sexual, passou pela campanha contra a homofobia e o racismo e hoje já existe toda uma fiscalização de qual fantasia pode-se ou não usar nos blocos de rua. É totalmente absurdo

O destaque é para o PC do B, que antigamente fazia a mesma campanha através de Manuela d’Ávila (quem lembra dela?), mas que dessa vez usou diretamente o Instagram oficial do Partido. Ali, procura-se preconceito em todas as fantasias possíveis (black face, roupa de mulher, fantasias de profissões sensuais, etc.).

Mesmo assim, o povo brasileiro insiste em sair na rua para pular o Carnaval e é aí que reside a força da vontade popular. Um Partido revolucionário deve defender essa festa com todas as suas forças, pois é a oportunidade maior que o povo tem de se expressar, em meio a um regime que censura e persegue cada vez mais quem ousa se posicionar.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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