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HISTÓRIA DA PALESTINA

Campo de Deir al-Balá, onde 50 mil palestinos se espremem

Foi ao sul do superpopuloso campo que, em 1º de abril deste ano, as forças de ocupação bombardearam os veículos do comboio da organização humanitária World Central Kitchen

Dando continuidade à série de matérias que este Diário vem publicando sobre os campos de refugiados palestinos, como parte da série História da Palestina, o artigo da edição de hoje é sobre o campo de refugiados de Deir al-Balá, localizado na Faixa de Gaza.

Assim como a grande maioria dos campos de refugiados palestinos, o de Deir al-Balá surgiu no ano de 1948 para abrigar aqueles que foram expulsos de suas casas e terras pelas tropas sionistas durante a Nakba, processo de limpeza étnica da Palestina que foi desatado pelos sionistas, com apoio do imperialismo, para fundar “Israel”.

O campo recebe esse nome em razão da cidade em que está localizado, a cidade de Deir al-Balá, por sua vez localizada na província de mesmo nome, região central da Faixa de Gaza. A título de curiosidade, “Deir al-Balá” significa “Monastério das Tâmaras”, nome que se refere à abundância de árvores tamareiras na região, sendo a tâmara um importante alimento na cultura muçulmana. Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), quando esteve no Catar recentemente, relatou diálogo que teve com um empresário palestino que morava no Catar. Este disse que os combatentes do Hamas em Gaza (“nossos soldados”) se alimentavam das tâmaras.

Dito isto, e retomando a história do campo de Deir al-Balá, ele foi erguido pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês). Originalmente, os palestinos viviam em tendas e, depois, em estruturas extremamente precárias de tijolos de barro. Foi apenas na década de 1960 que as moradias palestinas em Deir al-Balá passaram a contar com estruturas mais reforçadas, de cimento. 

Contudo, como a Faixa de Gaza se trata de um campo de concentração a céu aberto, e o campo de Deir al-Balá é o menor de todo o enclave, com uma área de apenas 0,16 km², “a superlotação e a falta de espaço habitacional caracterizam o campo”, sendo que “os abrigos são construídos próximos uns dos outros e há uma falta geral de espaço recreativo e social”, conforme exposto no portal da UNRWA, em que igualmente expõe que “os residentes tiveram de acrescentar andares extra aos seus abrigos para acomodar as suas famílias”.

Sendo localizado na costa do Mar Mediterrâneo, outro grave problema enfrentando pelos palestinos que moravam em Deir al-Balá, antes mesmo do atual bloqueio genocida, eram os limites de pesca que “Israel” impunha aos moradores locais, como parte do bloqueio já existente contra Gaza. Segundo a UNRWA “as práticas utilizadas pela marinha israelense para fazer cumprir os limites de pesca” incluem “o disparo de munições reais”, sendo que “incidentes com tiroteios foram registrados no primeiro semestre de 2023”.

Em outras palavras, assim como no restante dos territórios palestinos, a ditadura do sionismo também sempre recaiu contra o campo de Deir al-Balá. A exemplo do que ocorreu quando da Segunda Intifada, quando o campo foi alvo de várias invasões militares pelas forças israelenses de ocupação. Em uma dessas invasões, em 13 de fevereiro de 2002, as tropas sionistas assassinaram três policiais palestinos, dentre os quais Shadi Mustafá El-Hassanat.

No ano de 2008, uma invasão sionista a Deir al-Balá, sob o pretexto de combater o Hamas, foi um dos eventos que precedeu a Guerra de Gaza de 2008-2009, quando “Israel” assassinou milhares de civis palestinos sem conseguir derrotar o Hamas e demais organizações da resistência.

Mais recentemente, em demonstração da natureza genocida e nazista do sionismo e do Estado de “Israel”, em dezembro, quando mais de 48% dos palestinos de Gaza já estavam em situação de fome extrema, uma das últimas padarias que ainda funcionam no enclave foi destruída em Deir al-Balá, alvo de bombardeio da força aérea israelense.

Em 1º de abril deste ano, foi ao sul de Deir al-Balá que as forças de ocupação bombardearam os veículos do comboio da organização humanitária World Central Kitchen.

A única forma de enfrentar essa ditadura é através da luta armada que está sendo travadas pelas organizações da resistência palestina, as quais estão diretamente vinculadas à mobilização revolucionária do povo palestino. Recentemente, no dia 5 de abril, as Brigadas do Mártir Al-Qassem (braço armado da FDLP) informaram que entraram em confrontos violentos a leste do campo de Deir al-Balá e detonaram um dispositivo explosivo de alta potência contra um dos veículos sionistas que penetravam na área. 

No mesmo sentido, em 6 de abril, as Brigadas Al-Quds (braço armado da Jiade Islâmica) confirmaram que seus combatentes foram responsáveis pela explosão de um tanque sionista Merkava 4 com um dispositivo explosivo de barril Thaqeb, a leste de Deir al-Balá.

E, por fim, no mesmo dia, combatentes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa confirmaram que haviam bombardeado grupos de soldados sionistas e seus veículos militares com morteiros.

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