Nessa quinta-feira (25), de acordo com a imprensa burguesa, a assembleia de acionistas da Petrobrás aprovou a distribuição de 50% (R$22 bilhões) dos dividendos extraordinários da estatal. Com isso, a empresa brasileira já aprovou R$94 bilhões em dividendos sobre o lucro de 2023.
Em meio a esse intenso ataque dos especuladores e da venal imprensa capitalista, o presidente Lula buscou, em entrevista, minimizar as divergências recentes com o presidente da companhia, Jean Paul Prates (que se posicionou contra a política do governo e do presidente).
Com sua costumeira conduta centrista e conciliadora, Lula reafirmou que a “Petrobras nunca teve crise” durante café da manhã com a imprensa na última terça-feira (23). Declarou que “a crise da Petrobras é o fato de ela ser uma empresa muito grande” e, contraditoriamente, também disse que “a Petrobras tem essa crise, uma crise de crescimento”.
“Dourando a pílula”
Amenizando para o presidente da empresa, que serve aos interesses dos especuladores, o presidente acrescentou que “o fato de você ter um desentendimento, uma divergência, uma colocação equivocada, faz parte da existência do ser humano”.
O pronunciamento ocorre depois das especulações de que Jean Paul Prates poderia deixar o comando da estatal – o que acabou não acontecendo – e quando a diretoria da empresa apresentou uma “parecer técnico” favorável à entrega dos recursos para os especuladores (dois terços), reforçados pela posição favorável do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, pressionado pela falta de verbas, defende o pagamento dos dividendos por conta da parcela que seria recebida pelo Tesouro Nacional (um terço).
A crise e os trabalhadores
A crise real da Petrobrás é a disputa dos abutres internacionais e “nacionais” que vêm roubando o povo brasileiro, lucrando centenas de bilhões graças aos preços extorsivos dos combustíveis e privatização crescente da empresa desde a era FHC. São inimigos mortais até mesmo da limitada política do governo de reter uma parte dos lucros da empresa para impulsionar o seu próprio desenvolvimento e ajudar o País a crescer.
Ao invés de apenas se posicionar ao lado desta ou daquela ala conservadora na disputa pelo comando da Petrobrás e fechar os olhos diante dos recursos do governo sob pressão da burguesia, a tarefa dos sindicatos, da CUT e de toda a esquerda classista deve ser de levantar um programa e mobilizar os trabalhadores diante da crise, apresentando uma alternativa própria dos trabalhadores diante da situação.
O petróleo nacional é uma riqueza que pertence ao povo brasileiro e que, portanto, deveria ser completamente nacionalizada para impulsionar o desenvolvimento nacional. E a Petrobrás, uma empresa erguida com a exploração dos petroleiros e recursos da população trabalhadora, deveria ser estatizada e colocada sob o governo dos trabalhadores para parar a roubalheira e garantir recursos para a Saúde, Educação, Moradia etc. e tudo mais que necessita o País.