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HISTÓRIA DA PALESTINA

Brigadas dos Mártires de al-Aqsa: luta armada na Cisjordânia

Surgida no começo dos anos 2000, como produto da Segunda Intifada, mobilização revolucionária do povo palestino, as Brigadas lutam contra "Israel" na Cisjordânia e em Gaza

Em suas últimas edições, este Diário vem publicando matérias sobre os principais grupos armados do povo palestino, que travam a luta diária contra a ditadura nazista de “Israel”. Afinal, é fundamental expor a tenacidade do povo palestino e, é claro, mostrar que o único caminho para que esse povo martirizado se liberte do sionismo é através da luta armada revolucionária.

Já foram publicadas matérias sobre as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (Hamas), Brigadas Al-Quds (Jiade Islâmica), Brigadas do Mártir Abu Ali Mustafa (FPLP), Brigadas do Mártir Omar Al-Qasim (FDLP), e as Brigadas de Saladino, o Vitorioso (ala militar dos Comitês de Resistência Popular).

Todos as citadas acima atuam primordialmente na Faixa de Gaza, embora também tenha combatentes lutando contra “Israel” na Cisjordânia.

Assim, deve ser destacada também outra organização armada do povo palestino: as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, que possui ampla atuação na Cisjordânia, lutando pelos palestinos contra a ditadura de “Israel”, seja ela exercida diretamente por suas forças de ocupação, pelos colonos sionistas, ou indiretamente pela Autoridade Palestina.

As Brigadas de al-Aqsa surgiram nos anos 2000. Embora não se possa precisar a data, seu surgimento ocorreu na conjuntura do movimento revolucionário que foi a Segunda Intifada (28/9/2000 a 8/2/2005), quando realizou inúmeros ataques contra assentamentos de colonos israelenses (em terras roubadas de palestinos) e postos militares das forças de ocupação. Ademais disto, atuou em conjunto com o Hamas e a Jiade Islâmica no ataque a cidades israelenses, segundo informações do portal sionista Yedioth Ahronoth (Ynet News).

As Brigadas de al-Aqsa eram, inicialmente, o braço armado do Fatá, o maior partido político palestino à época, cuja direção já havia capitulado perante “Israel”, ao menos desde os Acordos de Oslo (1993 e 1995). Assim, desde o seu início, muito embora tivesse sido formada por membros do próprio Fatá, as Brigadas de al-Aqsa surgiram contra a política capituladora da direção do partido. Foram um produto da mobilização revolucionária das massas palestinas.

Não foi coincidência, então, que, desde o início, a Autoridade Palestina, liderada pelo Fatá, tentou conter as ações de resistência das Brigadas. Como exemplo, em 2002, logo após o assassinato de seu fundador, Raed Al Karmi, pelas forças de ocupação, as Brigadas voltaram a realizar operações de tipo suicida em retaliação a “Israel”, operações estas que haviam cessado desde setembro de 2011. Yasser Arafat, então, tentou dissolver as Brigadas, mas sem sucesso.

No mesmo ano, outras lideranças do partido exortaram as Brigadas a cessarem sua luta armada, o que não ocorreu.

Como prova de sua atividade revolucionária em defesa dos palestinos, no ano de 2002, as Brigadas foram incluídas pelo Departamento de Estado norte-americano em sua lista de organizações terroristas estrangeiras. Com ficou notório desde o 11/9, o imperialismo utiliza-se frequentemente das acusações de terrorismo para atacar a luta dos povos e países oprimidos contra a ditadura imperialista.

Acima, mencionou-se o fundador das Brigadas de al-Aqsa, Raed Al-Karmi. Ele foi assassinado em 14 de janeiro de 2002, em um bombardeio realizado pelas forças israelenses de ocupação próximo à sua casa, na cidade de Tulcarém, Cisjordânia. Além de fundador, era também o comandante geral das Brigadas. Contudo, seu assassinato não foi o suficiente para desmantelar o grupo armado. Afinal, segundo o já citado Yedioth Ahronoth, as Brigadas são organizadas de forma descentralizada, para contornar a repressão sionista:

“A Brigada dos Mártires de al-Aqsa consiste em unidades localizadas e autônomas que atuam independentemente umas das outras e são frequentemente nomeadas em homenagem a militantes e terroristas palestinos recentemente mortos. A estrutura descentralizada do grupo funciona a seu favor, tornando os agentes e líderes mais difíceis de rastrear pela comunidade de inteligência.”

Apesar da descrição advir de um portal sionista, é crível, pois é condizente com o fato de que vários comandantes das Brigadas foram assassinados por “Israel” ao longo dos anos e, ainda assim, o grupo sobrevive.

Sendo a Autoridade Nacional Palestina um governo lacaio de “Israel”, este tentou por diversas vezes acabar com as Brigadas de al-Aqsa, enquanto estas ainda eram parte do Fatá. Uma dessas tentativas foi no acordo de anistia de 2007, em que a AP e “Israel” firmaram um acordo para 178 combatentes que estavam presos nos cárceres israelenses. Contudo, pelos termos do acordo, os combatentes deveriam abdicar da luta armada contra “Israel” e seriam permitidos fazer parte das forças de segurança da Autoridade Palestina, isto é, de um aparato de repressão que atuava a serviço dos sionistas.

Embora o acordo tenha sido aceito, as Brigadas renunciaram ao mesmo em agosto de 2007, pois as forças de ocupação prenderam dois militantes palestinos que estavam na lista da anistia.

O rompimento definitivo com o Fatá ocorreu ainda neste ano, quando Mahmoud Abbas anunciou um decreto proibindo “todas as milícias armadas e formações militares ou paramilitares irregulares, independentemente da sua filiação”.

Acima foi mencionado que, ao longo dos anos, vários dos combatentes e lideranças das Brigadas de al-Aqsa foram assassinados por “Israel”, na tentativa de desmantelar o grupo e a resistência palestina na Cisjordânia. Um dos comandantes assassinados foi Ibrahim Al-Nabulsi.

Também conhecido com o Leão de Nablus (em referência à cidade, um dos principais focos da resistência na Cisjordânia), Al-Nabulsi tinha apenas 19 anos quando foi morto em ataques das forças de ocupação a Nablus, em agosto de 2022. Apesar de jovem, já havia liderado inúmeras operações militares, o que lhe rendeu o respeito do povo palestino, de forma que seu velório foi acompanhando de uma greve geral na cidade, com estabelecimentos educacionais e comerciais em geral permanecendo fechados ao longo do dia, em demonstração de solidariedade.

Não só o assassinato do comandante das Brigadas não foi suficiente para desmantelar o grupo, mas radicalizou ainda mais o povo palestino de Nablus, que acabou criando um novo grupo armado, chamado Covil do Leão, grupo este cujos combatentes também lutaram no Dilúvio de al-Aqsa e lutam atualmente contra a ofensiva sionista contra a Palestina.

Atualmente, as Brigadas de al-Aqsa seguem enfrentando as forças israelenses de ocupação e sua ofensiva genocida sobre Gaza. Apenas nos últimos dois dias, alguns de seus feitos foram os seguintes:

  • Alvejaram dois veículos militares israelenses com RPGs, a oeste da cidade de Khan Younis. 
  • Alvejaram um veículo blindado de transporte de pessoal (APC) israelense com um dispositivo explosivo “Storm” na cidade de Abasan Al-Kabira, a leste da cidade de Khan Younis. 
  • Bombardearam uma reunião de soldados e veículos israelenses em áreas a sudeste do bairro de Al-Zaytoun, na cidade de Gaza, com uma saraivada de morteiros calibre 60.
  • bombardeou reuniões de soldados israelenses e seus veículos com morteiros pesados, ao sul do bairro de Al-Zaytoun, na cidade de Gaza.
  • Travaram confrontos ferozes com as forças israelenses, utilizando armas automáticas e apropriadas, a leste da cidade de Khan Younis. 
  • Destruíram um veículo militar israelense com um dispositivo explosivo “Asif”, seguido por um foguete RPG, incendiando-o no bairro de Al-Zaytoun, a sudeste da cidade de Gaza.
  • Atacaram uma reunião de soldados israelenses no eixo ao redor da Junção Doulá, ao sul do bairro de Al-Zaytoun, Cidade de Gaza, com morteiros calibre 60.
  • Atacaram uma reunião de soldados israelenses no eixo norte da mesquita Musab bin Umair, a leste do bairro de Zaytoun, com morteiros calibre 60.

Da mesma forma, trava luta diária contra a ditadura sionista na Cisjordânia, seja contra as próprias forças de ocupação, sejam contra o aparato repressivo da Autoridade Palestina. Em feito recente, as Brigadas anunciaram, no dia 25 de fevereiro, que travaram combate feroz contra as tropas sionistas na cidade de Calquilia, utilizando-se de explosivos e metralhadoras, conforme divulgado pelo grupo em seu canal da rede Telegram.

No mesmo sentido, nessa quinta-feira (29), as Brigadas, junto de outros grupos da resistência palestina, impuseram uma desmoralizadora derrota às forças armadas israelenses, que tentavam invadir a cidade de Jenin, conforme noticiado por este Diário.

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