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Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Coluna

50 anos do álbum The Lamb Lies Down on Broadway

O último álbum da formação clássica do Genesis, embora em meio a uma crise, é uma grande obra do rock progressivo

O disco Lamb lies down on Broadway, da banda Genesis, marca o começo do fim de uma fase de um dos grupos mais emblemáticos do progressivo inglês. Lançado em 1974 e completando 50 anos, ele é o último álbum que conta com a participação do seu então vocalista, Peter Gabriel.

Conhecido pelas letras envolventes e fantasiosas, além da teatralidade e apresentação nos palcos, Gabriel, a essa altura, já estava, segundo o ex-guitarrista da banda Steve Hackett, numa disputa de espaço com o restante da banda. As letras das músicas estavam cada vez mais longas e tomando cada vez mais espaço nas composições, criando um desequilíbrio com a parte instrumental da banda, carregada principalmente dos teclados de Tony Banks. Para o estilo musical do Genesis, que sempre apresentou longas passagens instrumentais no desenvolvimento das músicas, isso acabava por ser problemático.

Mesmo com toda essa crise, Lamb se tornou uma obra-prima, que inclusive abriu as portas para uma maior popularidade da banda nos EUA e em diversos outros países fora do Reino Unido. Como era comum naquele momento da história, era um disco conceitual, o que quer dizer que suas canções contavam uma história (ainda que, nesse caso, fosse uma bastante surreal e difícil de acompanhar).

A história é do porto-riquenho Rael, que entra numa espiral de loucura e fantasias durante uma noitada pelas ruas de Nova Iorque, viajando para lugares fantásticos e conhecendo criaturas mitológicas.

O disco é duplo, portanto, longo, então não cabe nesta breve coluna uma análise de cada uma das canções, mas convém destacar algumas que são minhas favoritas. Em primeiro lugar, In the cage¸ em que Rael, acorda dentro de uma jaula, que ora se apresenta como uma caverna, e suplica por sanidade em meio a um surto de loucura do qual não consegue escapar. Musicalmente, é uma obra-prima de 8 minutos, envolvendo o ouvinte com suas ambiências feitas nos teclados eletrônicos, desembocando num solo histórico de sintetizador, de arrepiar os cabelos.

A canção The chamber of 32 doors trata do que parece ser um conflito de Rael entre os diversos caminhos a tomar para recobrar sua sanidade e voltar para casa. Em meio a diversas portas, ele vê seus pais, pessoas ricas, pessoas pobres, faz uma breve observação sobre por que ele confia mais no “homem do campo”, em uma letra bastante lírica e marcante. Um destaque para o solo de guitarra da introdução, que acaba numa pausa completa de quase um segundo de duração, deixando o ouvinte com o coração na boca, e para as linhas orquestrais dos teclados de Tony Banks.

The Lamia, já no 2º disco é o encontro de Rael com criaturas aparentadas com vampiros, chamadas Lamias. Elas tentam seduzi-lo, mas ele as derrota com alho, comendo a sua carne para sobreviver. Destaque para o solo final de guitarra, precedido pelo inesquecível verso “Olhando para trás, a água assume um azul gelado. As luzes estão apagadas e mais uma vez o palco está montado para você” (tradução livre).

Há muito mais para destacar nessa obra que completa seus 50 anos em 2024, a empolgante bateria de Phil Collins, o som de baixo distorcido e inconfundível de Michael Rutherford e o desfecho de toda a história de Rael. O que se pode resumir é que é uma audição obrigatória e uma recomendação pessoal. Coloco abaixo um link para uma versão onde um artista desenhou as passagens do álbum e criou um vídeo, tornando a história um tanto mais compreensível:

The Lamb Lies Down on Broadway Illustrated

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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