No dia 14 de janeiro, completaram-se 100 dias da Operação Dilúvio al-Aqsa, liderada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). A operação, lançada em 7 de outubro de 2023, é o marco da atual etapa de conflitos entre israelenses e palestinos.
A guerra no Oriente Médio se tornou o principal acontecimento político internacional das últimas décadas. Mobilizações seguem ocorrendo em todos os continentes, colocando os governos aliados de “Israel” na corda bamba. A Operação Dilúvio al-Aqsa foi responsável, finalmente, por mudar a opinião pública mundial em favor dos palestinos: ao mesmo tempo em que a resistência luta pelo fim da ocupação sionista na região, “Israel” promove um verdadeiro massacre na Faixa de Gaza.
Listamos, abaixo, os números mais impressionantes dos 100 dias de conflitos:
- 31.000 pessoas desaparecidas
- 10.600 crianças mortas
- 7.200 mulheres assassinadas
- 337 trabalhadores da saúde mortos
- 117 jornalistas martirizados
- 60.582 feridos
- 11 mil pessoas feridas precisam viajar para tratamento
- 10 mil pacientes com câncer correm o risco de morte.
- 9 jornalistas detidos cujos nomes são conhecidos
- 2 milhões de pessoas “deslocadas” na Faixa de Gaza.
- 400.000 infectados com doenças infecciosas
- 134 sedes do governo destruídas pela ocupação
- 95 escolas e universidades completamente destruídas
- 295 escolas e universidades parcialmente destruídas
- 150 mesquitas completamente destruídas
- 245 mesquitas parcialmente destruídas
- 70.000 unidades habitacionais completamente destruídas
- 290 mil domicílios parcialmente destruídos pela ocupação e inabitáveis
- 65.000 toneladas de explosivos lançados por “Israel”
- 121 ambulâncias destruídas pelo exército de ocupação
- 200 sítios arqueológicos e patrimoniais destruídos
Os dados dão conta de um verdadeiro massacre da população civil palestina. São o resultado de inúmeros crimes de guerra praticados por “Israel”. No entanto, os ataques covardes à população civil são apenas um aspecto do conflito. Eles derivam do fato de que, no campo de batalha, o Estado de “Israel” vem sendo incapaz de derrotar os seus inimigos.
Em declaração recente, o porta-voz das Brigadas al-Qassam, Abu Obeida, prometeu que, nos próximos 100 dias, “Israel” sofrerá um número muito maior de ataques. A declaração não vem ao acaso: todos os dias, os militantes do Hamas vêm reportando as imensas perdas militares de “Israel”. O próprio governo israelense já foi obrigado a admitir a morte de 500 soldados e está reorganizando as suas tropas. Até o momento, “Israel” não conseguiu tomar nenhum novo território em Gaza.
A Operação Dilúvio al-Aqsa seria, sozinha, em si mesma, um feito militar extraordinário, uma vez que desmoralizou uma potência militar como “Israel”. Mas é um feito muito maior quando levado em conta que desencadeou uma guerra heroica do povo palestino. E muito maior ainda quando levado em conta que não apenas o povo palestino se levantou contra “Israel”, mas vários povos da região, como é o caso dos libaneses, que têm no Hesbolá a sua maior expressão, e do Iêmen, país hoje controlado pelos Hutis.
Segundo o comandante Robinson Farinazzo, a ação dos Hutis no Mar Vermelho seria “uma inovação em termos de guerra naval”. “Esses caras mudaram a história das guerras nacionais”, disse.
Em solidariedade aos palestinos, os Hutis decidiram bombardear todos os navios com destino a “Israel”. A decisão dos iemenitas levou a uma enorme crise com o próprio imperialismo, que se viu impotente diante dos Hutis. O Iêmen está impondo um prejuízo gigantesco à economia israelense e europeia, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos e o Reino Unido não conseguem reagir à altura.
Circula na imprensa imperialista que a ação dos Hutis teria sido o último caixão no prego da candidatura de Joe Biden à reeleição nos Estados Unidos. Os Hutis não apenas estão desmoralizando todos os seus sócios, como também fizeram com que o presidente norte-americano passasse por cima do Congresso e desferisse um ataque muito mal sucedido.
Ações como essa dos Hutis mostram que, ainda nos seus primeiros cem dias, a Operação Dilúvio al-Aqsa marcará uma mudança muito profunda na correção de forças do Oriente Médio.