Nesta segunda-feira (28) tivemos mais uma prova de que aqueles países que se dizem os mais “democráticos” do mundo, nada tem de democráticos, apenas fazem uso demagógico do termo para justificar sua barbárie. Os conservadores franceses aplaudiram a decisão do governo de proibir as crianças de usarem a abaya, uma túnica usada por algumas mulheres muçulmanas, nas escolas públicas.
“Nossas escolas são continuamente submetidas a testes e, nos últimos meses, as violações da laicidade aumentaram consideravelmente, em particular com [alunos] vestindo trajes religiosos como abayas e kameez”, disse o ministro da Educação, Gabriel Attal, em coletiva de imprensa para explicar a proibição. Para o porta-voz do Governo, Olivier Véran, a “abaya” é “evidentemente” um símbolo religioso.
Em 2004, a França já havia proibido o uso do véu nas escolas e aprovou a proibição do uso do véu que cobre todo o rosto em público em 2010, irritando membros da sua comunidade muçulmana de cinco milhões de habitantes. As duas medidas são tentativas ultra-reacionárias de impedir as manifestações religiosas. Isso mostra claramente como os europeus agem como colonizadores e tratam os muçulmanos como bárbaros.
Embora o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) considere que a peça não representa um símbolo islâmico, o Ministério da Educação francês divulgou, no ano passado, uma circular autorizando as escolas a proibir a abaya, bem como bandanas e saias muito longas. Esses tipos de ataques são todas ações lideradas pela extrema-direita.
Por outro lado, a imprensa ligada ao imperialismo não mediu palavras e “argumentos” para afirmar que o BRICS, após a última cúpula, sai recheado de ditaduras. Presença no bloco como Irã, Egito e Arabia Saudita, foram motivos de um feroz ataque de todos os meios de comunicação da burguesia para condenar a nova formação. Ou seja, democráticos são apenas os países aos quais lhes interessam.
“Clube das ditaduras”, foi uma das manchetes mais divulgadas quando foram apresentados os novos integrantes do bloco, até mesmo por vários setores de esquerda internacional e nacional. O que chama atenção é que não vê todo esse estardalhaço quando um dos países que fazem parte do imperialismo criminoso faz algo verdadeiramente ditatorial, como proibir mulheres e crianças de vestirem roupas que fazem parte da cultura de seu país.