Há um ano, os EUA iniciaram no Brasil o programa “Acess Amazon”, oferecido pela Embaixada e o Consulado dos Estados Unidos em parceria com o Grupo +Unidos, e com apoio estratégico da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA). Neste mesmo mês em 2022, o programa iniciou o curso para 140 índios entre 18 e 35 anos residentes na Amazônia.
O programa “Acess Amazon” tem como premissa fornecer bolsas de ensino de inglês para jovens índios brasileiros, com destaque para aqueles que residem na Amazônia Legal, além de ativistas e/ou acadêmicos, bem como ribeirinhos e quilombolas. Sob uma perspectiva aparentemente benevolente, a iniciativa busca capacitar em inglês índios brasileiros, principalmente aqueles que possuem uma possível capacidade de influenciar os seus grupos. No entanto, é essencial desmascarar a iniciativa como uma verdadeira infiltração imperialista.
Trata-se de uma estratégia sutil de influência política exercida pelos Estados Unidos dentro do Brasil. Ao oferecer bolsas de estudo para jovens índios, os EUA estão cooptando-os para atuar em defesa dos interesses deles.
A seleção criteriosa dos bolsistas, priorizando aqueles com maior potencial de influência política no Brasil, levanta preocupações legítimas sobre a possibilidade de tais beneficiados se tornarem “agentes de influência” dos interesses americanos dentro do território nacional. O apoio a ativistas e acadêmicos da causa amazônica pode, de forma sutil, direcionar a atenção desses indivíduos para questões que são de interesse dos EUA, criando uma subjugação indireta da política ambiental brasileira aos anseios estratégicos dos países imperialistas.
Outro ponto importante a ser levantado é a campanha em andamento de que o Brasil não cuida bem da Amazônia, assim como dos índios. Isso significa que esses índios atuariam denunciando internacionalmente o “mal” que o Brasil faz para a Amazônia, e isso seria a justificativa para a intervenção internacional na Amazônia. É óbvio que “Acess Amazon” está se utilizando do ensino de inglês aos índios como uma fachada para promover intervenções políticas externas contra a soberania do Brasil.
Aqui, entra em cena a hipocrisia do movimento identitário que defende a descolonização cultural do Brasil. Enquanto criticam e se opõem à herança cultural portuguesa e outras influências coloniais no país, não parecem se incomodar com a influência cultural e política dos Estados Unidos. É uma contradição notável e preocupante, pois é justamente o país norte-americano que, historicamente, tem uma trajetória colonialista e uma política de interferência em assuntos internos de outras nações. E assim como eles nunca se preocuparam com nenhuma população das centenas que eles já invadiram, não somos idiotas para acreditar que os EUA estão realmente preocupados com os índios brasileiros.