Estamos em pleno século XXI e temos trabalho escravo em praticamente todos os cantos do país, a exemplo de séculos passados no período colonial. Tivemos casos no Ceará, no Rio Grande do Sul – os recentes casos das vinícolas. Agora, vemos que os donos das concessionárias dos transportes coletivos de Teresina também são partidários da mesma prática.
O modus operandi desses tubarões dos transportes – que deveria ser público, de qualidade, e não de empresários, além de controlado pelo povo – é se valer de prefeitos como o José Pessoa Leal, golpista do Republicanos, para extorquir a população com tarifas elevadas e que, mesmo nessas condições, dão calote nos motoristas e cobradores, fazendo-os de escravos, pois é corriqueira essa atitude dos patrões.
Uma das reivindicações dos trabalhadores, dentre outras, e por isso estão em greve desde a última segunda-feira (13), é o pagamento dos salários atrasados.
Informal para melhor dar o calote
Os patrões, com o total respaldo do prefeito, uma vez que o repasse é feito pela prefeitura, não assinam a carteira de trabalho de seus funcionários, conforme foi denunciado pelo sindicato dos trabalhadores, pagam um mísero salário-mínimo nacional; ou deveriam pagar, uma vez que o atraso no pagamento é uma rotina, os tubarões dos transportes não têm nenhuma preocupação com seus funcionários, mas simplesmente com o volume e dinheiros nas contas bancárias.
A População trabalhadora, bem como, os estudantes denunciaram neste período de greve, que ontem completou cinco dias, que os ônibus estão sucateados e a passagem, em contrapartida, é uma das mais caras e teve reajuste no início deste ano.
Fruto da pressão
A greve, que começou na última segunda-feira e permanece até agora, tem uma adesão de 100% da categoria, mas está tendo que passar por cima do prefeito, dos “concessionários” e da própria justiça, pois o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), avesso ao atendimento das reivindicações dos trabalhadores, reivindicações essas que é de receber o que foi confiscado pelos patrões, ou seja, os seus salários atrasados. Devido aos trabalhadores não aceitaram a imposição do TRT de voltar ao trabalho, e de que 100% da frota de ônibus ter que circular no horário de pico e 80% nos demais horários, a “justiça” teve que recuar.
A determinação da juíza Thania Maria Bastos Lima Ferro, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), é de que as empresas que atuam no transporte público de Teresina façam o pagamento do salário relativo ao mês de fevereiro aos motoristas e cobradores em um prazo de até 24 horas. Na decisão, proferida nesta quinta-feira (16), a magistrada ainda estabeleceu para as empresas uma multa diária de R$ 1 mil sobre cada trabalhador, em caso de descumprimento.
Cabe recurso
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que as empresas estão analisando a decisão judicial e buscando a melhor forma de resolver essa situação ou recorrer da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A continuidade da mamata
A situação de crise nos transportes já vem de longe e insiste em perdurar por muito tempo, e quem acaba arcando com o prejuízo é a população, bem como, os trabalhadores. Os golpistas do PSDB introduziram o esquemão e o atual prefeito, José Pessoa Leal, também golpista, está dando continuidade
A denúncia, publicada no artigo do Mobilize Brasil de 27 de janeiro de 2023, mostra quem era o dono da boiada, na farra do boi. O relatório da CPI do transporte público elaborado pela Câmara Municipal de Teresina comprovou um esquema de corrupção promovido pela antiga gestão (PSDB), que governou a cidade por 30 anos, e os empresários do transporte público. O relatório apontou uma série de repasses irregulares ao SETUT, especialmente às vésperas das eleições municipais; enriquecimento ilícito; improbidade administrativa de autarquias vinculadas à STRANS; interferência nos dados da bilhetagem eletrônica; fraude nos cálculos da tarifa e uma pilha de multas e taxas (incluindo emplacamento atrasado e seguro dos passageiros) não pagas pelas empresas, para citar as principais conclusões.
É preciso dar continuidade às mobilizações e reforçar a greve. A população, os demais trabalhadores, estudantes, etc., devem reforçar o apoio.
É necessário abolir toda e qualquer tarifa, pois a população utiliza o transporte para trabalhar. O controle dos transportes tem de ficar nas mãos do Estado, portanto, da prefeitura, sem a ingerência dos “concessionários”, e que a população fiscalize o funcionamento desse serviço público.
Chega de regime colonial escravagista!