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Contra o dólar

Sur: moeda comum seria um golpe contra a dominação imperialista

Projeto pode ser uma oportunidade para que as nações latino-americanas acordem formas de negociarem seus fluxos comerciais e financeiros sem passarem pelo crivo do dólar

O sistema financeiro internacional, desde o final do padrão ouro, no início da década de 1970, decretado unilateralmente pelos EUA, impôs ao resto do mundo condições de subserviência. Com o dólar reinando absoluto nas relações de troca internacionais e com uma força política-militar avassaladora, os EUA conseguiram construir um projeto de acumulação e reprodução do capital a partir da destruição desse padrão ouro-dólar lastreado pelas forças produtivas fordistas, típicas das décadas entre o pós-Segunda Guerra (1945-75) até o momento, no qual o neoliberalismo inicia sua ação política universal de depredação mais avançada dos países atrasados.

Desde então, o dólar tornou-se a moeda universal de valor sem nenhum obstáculo como no padrão ouro-dólar (1944-71) e passou a exportar suas crises inflacionárias e recessivas para os demais países atrasados através da moeda. Os bancos centrais, ao longo da história, passaram a exercer cada vez mais funções estratégicas para a economia política mundial e tornaram-se instituições importantes do imperialismo, principalmente a partir do final do século 20.

A estratégia de criar instituições financeiras multilaterais desde o pós-Segunda Guerra foram essenciais para o controle e a garantia do funcionamento dos ditames do imperialismo como projeto contínuo de impor a subserviência aos países atrasados através do sistema financeiro internacional. O Fundo Monetário Internacional (FMI), criado também em 1944, tornou-se conhecido em toda a América Latina a partir da década de 1990, logo após a reunião do Consenso de Washington do final de 1989 que decretava uma receita de como os países atrasados deveriam conduzir as suas políticas econômicas de redução dos empregos, aumento de juros, privatização das empresas e terceirização dos serviços públicos, além de uma brutal abertura comercial com taxas de câmbio desfavoráveis para os negócios nacionais e fluxos de capitais à vontade para que os endinheirados dos países ricos lucrassem às custas do orçamento público, das empresas estratégicas e do povo.

No caso do papel que a moeda exerce, segue a mesma linha mestra de dominação imperialista versus subserviência às imposições das relações dos valores de troca desiguais, dentre outros problemas comparados a moedas mais fortes. No caso europeu, de ter colocado em prática o experimento da moeda única há mais de duas décadas, os resultados péssimos foram sentidos pelos países mais pobres da “Zona do Euro”, como a Grécia logo após ter sediado as Olimpíadas de 2004. Como a Grécia é um país atrasado, com baixo nível de industrialização, as deteriorações dos termos de troca eram sentidas na prática quando a Grécia importava produtos da Alemanha, por exemplo.

A Alemanha exporta para a Grécia produtos de muito maior valor agregado devido a sua enorme capacidade industrial, enquanto que a Grécia, muito mais frágil economicamente, leva desvantagem quando exporta produtos de valor muito mais baixo comparados aos industrializados alemães. Outro fator muito relevante no que diz respeito à questão do exemplo de moeda única refere-se à centralização da emissão monetária.

O Banco Central Europeu (BCE) “coincidentemente” tem a sua sede no país mais rico da Europa – a Alemanha e somente essa instituição pode emitir moeda e praticamente administrar a política econômica do bloco no que diz respeito ao gerenciamento da moeda única. Desta maneira, a Grécia torna-se refém da “Zona do Euro” porque a sua política econômica não consegue ter autonomia na prática e o país perde quase que completamente a sua soberania. Tanto que esse país empobreceu muito mais a partir da sua adesão ao projeto da moeda única, o Euro, enquanto os países mais ricos, como a Alemanha, conseguiram se desenvolver às custas dos países mais atrasados.

No caso de uma moeda comum, não há necessariamente a existência de um Banco Central que opere essa moeda, já que as transações econômicas e financeiras podem ser realizadas entre os países sem obrigá-los a abandonar as suas moedas nacionais e garantir, com isso, a sua autonomia e soberania. A moeda poderia ser digital ou eletrônica servindo aos interesses comerciais intercambiáveis entre países do Cone Sul e até mesmo latino-americanos. Certamente essa moeda teria que passar por instituições administrativas, inclusive as já existentes; mas o mais relevante diz respeito a colocá-la em prática e as formas organizativas poderão ser costuradas adiante.

Levando em consideração o exposto, a “Sur”, moeda idealizada pelo governo Lula em conjunto com a Argentina, pode ser, de fato, uma oportunidade para que as nações latino-americanas acordem formas de negociarem seus fluxos comerciais e financeiros sem necessariamente passarem pelo crivo do dólar, que historicamente impôs sua vontade em detrimento das necessidades de autodeterminação dos povos há muito subjugados pelo imperialismo.

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