Na última semana, o presidente Lula anunciou a exoneração de 155 militares das Forças Armadas, entre soldados de baixa patente (a grande maioria), a oficiais da ativa, em decorrência das manifestações do dia 8 de janeiro que, com a organização do exército, provocaram uma desestabilização do governo eleito. Contudo, a ação mais chamativa foi a exoneração do general Julio Cesar de Arruda do Comando do Exército, um caso que serviu mais para demonstrar a fraqueza do governo perante aos militares, do qualquer feito do governo eleito.
Os principais jornais da burguesia, em especial o Estado de S.Paulo e o colunista Merval Pereira, de O Globo, destacaram a exoneração de Julio Cesar de Arruda como um grande feito do governo Lula. Contudo, os elogios devem-se a um único motivo: no lugar do general bolsonarista, Lula colocou o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, um homem indicado por Alexandre de Moraes e ligado à terceira-via.
Merval fala em “autoridade”, já o Estadão, indica que novas mudanças podem vir pela frente nos cargos de alta patente. Contudo, o maior problema para o governo Lula é que nenhuma destas ações serão capazes de conter qualquer avanço do golpismo por parte das Forças Armadas.
Na prática, Lula não possuí a força necessária para promover qualquer alteração verdadeira no exército. A entrada de um general da terceira via, controlado pela burguesia e ligado ao imperialismo, é uma amostra deste problema. Lula deu um passo; no entanto, algo insuficiente perante ao problema geral do golpismo das Forças Armadas.
O caso revela algo ainda mais importante: que, para confrontar as Forças Armadas, Lula não poderá depender apenas da mera ação institucional. Lula não tem as condições para isso, sendo assim, é necessário ter um programa de fato para enfrentar um possível golpe de Estado.
O caso do dia 8 de janeiro demonstrou que Lula não poderá contar com o apoio de qualquer instituição, e que o exército está conspirando ativamente para boicotar o governo. GSI, ABIN e as Forças Armadas, cooperam em conjunto para sabotar o governo eleito desde os primeiros dias.
Este setor que preparar o terreno para um eventual golpe de Estado. E para conter isso, Lula precisará ter o povo mobilizado. A exemplo da Venezuela, apenas um povo mobilizado, apenas com a ação das amplas massas em defesa do governo eleito, é que Lula poderá enfrentar a ação golpistas dos generais. Esta é a única força verdadeira que Lula possuí, e para isso é necessário agir com urgência, organizar pela CUT, PT e demais organizações populares, uma verdadeira campanha em defesa do governo Lula.