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México, 1970

Quando a gravidade esperou Pelé matar a bola no peito

Não apenas os jogadores da mesma equipe, os rivais, as torcidas de ambos os lados e a bola se curvavam diante do Rei, até a gravidade não ousava atrapalhar seus lances mágicos.

A Seleção Brasileira na Copa de 1970 é considerada por muitos como a melhor de todos os tempos, competindo, obviamente, apenas com outras formações da nossa seleção nacional. Foi a consagração definitiva do Rei Pelé, para delírio dos mexicanos que testemunharam suas façanhas ao vivo. Diversos lances do nosso camisa 10 ficaram eternizados, inclusive quase gols, algo bastante inusitado. Vamos, no entanto, nos concentrar em um lance que terminou num dos golaços de Pelé.

Logo na estreia da Seleção, o Brasil encarou a Tchecoslováquia, que havia conquistado o vice-campeonato mundial em 1962 e em 1976 viria a conquistar a Eurocopa. Já com o bicampeão Zagallo como técnico após João Saldanha ser barrado na Seleção, a equipe que entrou em campo no Estádio Jalisco em Guadalajara fazia seu primeiro jogo com aquela escalação: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Pelé e Tostão.

Para dar mais emoção ao jogo, os tchecos abriram o placar aos 11 minutos com Petras. Nisso Pelé já tinha perdido uma chance clara de gol e vale lembrar que a Seleção vinha sendo criticada pela imprensa canalha no Brasil, em especial Pelé, que estaria “acabado para o futebol” aos 30 anos. O camisa 10 sofreu falta pouco depois e Rivelino mostrou sua “patada atômica” para empatar o jogo. Antes do intervalo, Pelé surpreendeu a todos tentando um inédito gol de trás do meio de campo.

A virada viria apenas no segundo tempo. O canhotinha de ouro, Gérson, percebeu a movimentação de Pelé e lançou com categoria para o craque. Pelé saltou, aos olhos atentos do mundo, dando a nítida impressão a todos de que conseguia parar no ar. Nelson Rodrigues já havia escrito que a bola se comportava como uma súdita do Rei ainda antes da Copa de 1958, mas desta vez o mundo assistia atônito à própria força da gravidade se curvar diante de Pelé.

A impressionante impulsão aliada aos movimentos de Pelé no ar criavam essa cena magistral do esporte. Uma das inúmeras armas do Rei era justamente sua incrível capacidade de controlar a bola, especialmente com o peito. Nesse lance, aos 15 minutos do segundo tempo, Pelé dá uma aula de equilibro mesmo fora do chão. Primeiro, amortece a bola como se a segurasse com as mãos, ela desacelera obediente e quica lentamente na frente da sua perna direita. No entanto, a passada de Pelé na corrida estava contrária ao lado onde a bola se apresentou.

Ao invés de se entortar, como uma pessoa normal, e tentar chutar com a habilidosa canhota, Pelé começou a corrigir a passada ainda no ar, completou a calibragem em instantes após o pouso e fuzilou o goleiro Viktor. Sem qualquer possibilidade de defesa. Jairzinho fez outros dois golaços e fechou a estreia perfeita: Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia. Pelé mostrava seu cartão de visitas no México e abria o caminho para a campanha espetacular da Seleção.

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