Pelé e política são assuntos que sempre foram comentados. Desde as declarações do jogador em se opor a ditadura e não jogar a Copa do Mundo de 1974, como também ao fato de em 1989 se declarar socialista e afirmar ter interesse em concorrer à presidência da república. No entanto, uma das declarações que mais chamaram a atenção, e fruto diretamente de sua grande experiência com o esporte, foi a feita no lançamento do DVD e VHS do filme “Pelé Eterno”, onde afirmou a necessidade de uma greve de jogadores.
Durante a entrevista concedida no evento do filme, em São Paulo, Pelé declarou que os jogadores de futebol não são unidos como outras categorias de trabalhadores. O Rei do Futebol, afirmou que é necessário que a categoria lute pelos seus direitos, e inclusive faça greves.
Sobre o problema, Pelé destacou que “o problema é que o jogador de futebol, muitas vezes, não é instruído. E a classe não é unida. Todas as outras (classes) fazem greve, mas os jogadores de futebol, não. Se eles parassem o campeonato por duas ou três rodadas, seria o caos. Eles iriam ver a força que têm”, disse o craque.
A declaração de Pelé é totalmente acertada. Devido ao fato dos jogadores de futebol serem em grande medida extremamente pobres e sem instrução política, e o esporte ter nos dias atuais grande pressão política e econômica, uma greve ou qualquer movimento do time é tratado como uma aberração. Muito se fala inclusive que “futebol e política não se misturam”, contudo, os raros momentos onde greves desse tipo ocorreram, a força da categoria foi rapidamente demonstrada.
O futebol é um dos maiores negócios capitalistas do mundo, no entanto, a maioria dos jogadores são pobres e a minoria que enriquece, não é vista com bons olhos pela burguesia, sobretudo os jogadores brasileiros.