Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Brasil x EUA

O Brasil não precisa pedir autorização pra nada!

O Brasil voltou! E não como mero coadjuvante e país secundário, voltou como protagonista internacional e com vontade de criar uma alternativa ao poder geopolítico estabelecido

Os EUA acham que após destruírem nossa indústria, fazer o país retornar o mapa da fome, prender o maior líder operário da nossa história, reprimarizar nossa economia como se nosso destino fosse ser uma fazenda, privatizar grande parte de nossas empresas estatais estratégicas, o Brasil com o governo Lula voltaria ao cenário internacional da mesma forma que os governos capachos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Na imprensa capitalista a alegação que justificaria essa posição subserviente seria de que o Brasil deveria retribuir o apoio que os EUA deram ao sistema eleitoral brasileiro em 2022. Essa posição é patética, digna de uma imprensa com espirito de vira-latas e que se esquece que foi essa porcaria de sistema eleitoral que retirou Lula das eleições de 2018, que foi esse sistema eleitoral que permitiu a vitória de Bolsonaro e que abriu caminho para 700 mil mortos na pandemia de covid-19.

De uma mesma forma, a imprensa capitalista nacional e internacional, tentou enquadrar Bolsonaro no início do conflito militar, quando este buscou articular a negociação de fertilizantes russos para o Brasil e teve de ficar contido diante da posição de neutralidade da diplomacia brasileira. Mas venhamos e convenhamos, que o desejo de um político capacho como Bolsonaro é de apenas conseguir aquilo que é de seu interesse imediato e logo depois voltar a lamber os pés dos norte-americanos. Tanto é que agora o mesmo não tergiversou em atacar a posição de Lula. Explico isso para que as pessoas não confundam as coisas.

Foi sistemático o alinhamento de todos os meios de comunicação da burguesia pró-imperialista no país com as declarações feitas pela Casa Branca em repúdio as posições do presidente Lula com relação ao estimulo que é dado pelos EUA e pela União Europeia ao conflito militar na Ucrânia. 

Lula foi muito cauteloso em sua fala, apenas disse parte da realidade, porque não procura escalar as animosidades, pois tem procurado ser uma referência para o processo de negociação da paz. Suas declarações se tratam de apenas uma fração da realidade, porque o que ocorre no território ucraniano, é uma verdadeira guerra por procuração dos EUA contra a Rússia, para tentar dividir o território russo e enfraquecer a posição geopolítica do bloco contra hegemônico. Os EUA deram o golpe nazista na Ucrânia em 2014 e sustentam o regime político ditatorial no país. De lá para cá, vem aumentando a presença de tropas nas fronteiras com a Rússia e escalando as tenções na região. A reação russa diante disso não poderia ser outra, a não ser defender suas fronteiras.

O presidente Lula sabe muito bem que se a tentativa de fragmentar a Rússia der certo, um dos próximos territórios que os EUA tentariam fragmentar seria o Brasil, porque essa é a intensão do imperialismo, dividir as grandes nações para facilitar seu domínio. Além disso, também existe a compreensão do enfraquecimento dos EUA e da União Europeia no terreno geopolítico, exemplo disso foi a baixa adesão às sanções contra a Rússia, a derrota militar no Afeganistão e na Síria, a reversão dos golpes na América Latina, etc.

A União Europeia se presta ao papel de bucha de canhão dos norte-americanos entrando no conflito e intensificando o deterioramento das economias de seus países, tendo de lidar com recordes de inflação provocado pelo aumento dos alimentos e da energia, em decorrência do conflito militar e das sanções que tem imputado à Rússia, que é um grande fornecedor de ambos produtos para o velho continente.

Os EUA pensam que o Brasil é um país qualquer, como se nunca tivéssemos sido a quinta maior economia do mundo e capacidade de desenvolvimento da indústria nuclear, com relações diplomáticas com todos os países e uma liderança geopolítica, com organizações proletárias, camponesas e indígenas de grande estatura. Pensam que estão lidando com uma Guiana da vida, com todo o respeito que devemos ter por países menores. 

Lula representa os anseios de uma classe trabalhadora e de um movimento popular organizado que tem sanha pela soberania de nosso país, que tem conhecimento de todo o processo de destruição que os EUA nos submeteram nos últimos anos. Diante disso, há que se dar respostas para essa situação e mudar as rotas que estavam sendo seguidas pelos governos anteriores, e Lula sabe disso.

O Brasil voltou! E não voltou como mero coadjuvante e país secundário, voltou como protagonista internacional e com vontade de criar uma alternativa ao poder geopolítico estabelecido. É necessário dar todo o apoio necessário para que o presidente Lula possa levar à cabo essa posição. Na política externa brasileira, mandam os brasileiros!

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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