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Primeiro-ministro de Israel

Netanyahu enfrenta mobilização e nega cessar-fogo

Manifestantes reclamam da falta de iniciativa do governo para recuperar reféns

No último final de semana, 4 e 5 de novembro, marcado pelas mobilizações em mais de cem cidades em apoio ao povo palestino, o governo de Benjamin Netanyahu também se viu diretamente confrontado com protestos. Milhares de parentes e amigos daqueles que teriam sido sequestrados pelo Hamas tomaram as ruas de Tel Aviv para protestar contra as ações do governo e os esforços insuficientes para garantir a libertação de seus familiares.

“Os protestos se espalharam para cidades como Haifa, Beersheba e Eilat e chegaram até mesmo a Jerusalém, onde centenas se manifestaram em frente à residência do primeiro-ministro, pedindo sua renúncia e responsabilizando-o diretamente pelo fracasso na segurança de Israel, que permitiu o ataque acontecer”, afirmou o portal Brasil 247.

Embora estejam diretamente associadas ao conflito com os palestinos, a mobilização contra o governo Netanyahu não é propriamente uma novidade. Durante todo o ano de 2023, o governo se viu confrontado com protestos – muitos deles, por incrível que pareça, organizado pelo próprio Departamento de Estado norte-americano, que, hoje, defende com unhas e dentes a manutenção do regime.

A mobilização em Israel neste momento acontece porque a política extremamente agressiva de Netanyahu está sendo vista como a grande responsável por um conflito que tem tudo para terminar em um desastre. Os familiares dos reféns culpam Netanyahu porque é justamente esse o sentido de sua política: para libertar reféns, Israel teria de estabelecer algum compromisso, coisa que Netanyahu não está disposto a fazer. O primeiro-ministro já declarou que irá “exterminar o Hamas” – declaração que não abre qualquer brecha para a libertação de reféns.

A falta de empenho de Netanyahu neste sentido também foi denunciada pela primeira refém liberta pelo Hamas desde o dia 7 de outubro. Em entrevista, a idosa, que foi solta por um gesto humanitário dos guerrilheiros, responsabilizou o governo pelo tempo que permaneceu em cárcere.

Ao mesmo tempo em que a política de Netanyahu pode acabar levando à morte de todos os reféns – fato é que sua vida depende hoje apenas da boa vontade do Hamas -, ela também desperta a preocupação dos israelenses na medida em que irá mobilizar cada vez mais soldados para as frentes de batalha. O exército israelense tem saído desmoralizado dos conflitos na Faixa de Gaza, de tal forma que a convocação para a guerra contra o Hamas vai ser vista por muitos israelenses como uma pena de morte.

Esses aspectos, independentemente da posição dos israelenses em relação aos palestinos – e há muita simpatia à causa palestina mesmo entre os israelenses -, já são suficientes para que haja uma crise em Israel.

Curiosamente, o que motivou os protestos contra as reformas judiciais no passado não é o mesmo que motiva os protestos contra Netanyahu hoje. Naquele período, conforme denunciado pelo próprio Netanyahu, os Estados Unidos incentivaram os protestos para tentar promover uma espécie de revolução colorida em Israel.

Naquele momento, o imperialismo norte-americano estava preocupado com um possível deslocamento de Netanyahu em direção aos russos e chineses, diante do isolamento cada vez maior de Israel na região. Netanyahu, inclusive, já não era, havia muito tempo, considerado o chefe de Estado “ideal” para o imperialismo, justamente por ser uma figura mais difícil de controlar. Antes do atual governo, Israel teve, durante um curto período, um governo mais diretamente subordinado aos Estados Unidos.

A volta recente de Netanyahu já foi uma espécie de “sapo” que o imperialismo teve de engolir. O primeiro-ministro só teve autorização de Washington para formar um governo para evitar que a extrema-direita mais radical tomasse conta do regime.

Ainda que os protestos anteriores tivessem esse conteúdo, o da tentativa de o imperialismo norte-americano colocar a extrema-direita sob rédeas, a mobilização acabou por aumentar a indisposição de vários setores contra Netanyahu. Neste momento, portanto, as denúncias e o enfrentamento de vários setores contra o governo vão acabar contribuindo para que ele seja visto como ainda mais desgastado.

Curiosamente, a posição do imperialismo, que antes foi a de promover protestos contra o governo, não pode ser, agora, a de surfar nas mobilizações. Os Estados Unidos estão obrigados a se manterem amarrados a Netanyahu, pois a queda do governo neste momento seria um golpe duríssimo na guerra contra os palestinos, o que resultaria na queda da autoridade do imperialismo na região.

Mesmo diante dos protestos, Netanyahu disse que não iria recuar. “Vimos o que acontece quando Israel não tem a responsabilidade pela segurança”, afirmou ele, insinuando que não irá parar até que o Hamas seja “exterminado”.

Ao não ceder, Netanyahu deverá aumentar ainda mais a crise dentro da sociedade israelense. E os norte-americanos, por mais que se preocupem com o desastre que seria a derrota de Israel em Gaza, não tem outra opção a não ser apoiá-lo. Caso contrário, Israel perderá a guerra rapidamente e o caminho para que os árabes expulsem o imperialismo do Oriente Médio estará aberto.

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