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Luan Monteiro

Membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária e da Aliança da Juventude Revolucionária.

De jeito nenhum

Não queremos técnicos estrangeiros na Seleção

Campanha da imprensa contra o futebol brasileiro segue a todo vapor e agora defende abertamente se submeter ao futebol europeu

A coluna em questão não foi publicada nesta edição. Portanto, republicamos, abaixo, coluna de mesma autoria publicada no final do ano passado, logo após a derrota da Seleção na Copa de 2022

Mesmo após mais de uma semana da eliminação do Brasil na Copa do Catar, a imprensa golpista, o maior inimigo da Seleção, segue distribuindo veneno nos seus jornais. O que não falta é comentarista supostamente entendido do assunto, por todos os cantos, para arrumar mil e um motivos para justificar a derrota do Brasil, mas sem nunca considerar os fatores políticos envolvidos no esporte mais popular do mundo. Um dos motivos que tem recebido bastante atenção é a atribuição da derrota aos supostos erros do técnico Tite. Agora a bola da vez é defender que o Brasil precisa de um técnico estrangeiro para ser bem sucedido nas competições.

Para tomarmos como exemplo, o jornal golpista O Globo, publicou ontem (18) um editorial intitulado “Não há motivo para CBF deixar de considerar estrangeiro na seleção”. A matéria ressalta os excelentes números de Tite enquanto técnico da Seleção, que chegou a ter 80% de aproveitamento: “com 60 vitórias, 15 empates e apenas seis derrotas (três em jogos oficiais) ao longo de 81 partidas”. Ainda assim, conclui que “isso pouco importa diante das duas quedas consecutivas para times europeus nas quartas de final da Copa”.

Tite foi um verdadeiro maestro e comandou a equipe com toda a seriedade e segurança necessária para um bom técnico. Os números comprovam o excelente trabalho feito por ele. Montou um dos melhores times brasileiros dos últimos 20 anos, com um elenco que dava gosto de ver jogar.

Querem atribuir nossa derrota ao Tite por não ter colocado o Neymar como o primeiro batedor na disputa de pênaltis contra a Croácia, como se esse fosse o fator determinante. A verdade é que a derrota do Brasil está associada ao seu maior inimigo, essa mesma que ataca ferozmente Tite e os demais técnicos brasileiros: a imprensa, tanto a brasileira quanto a internacional.

A solução, de acordo com a imprensa, inimiga do futebol nacional seria se render ao futebol europeu: “Na busca por um novo técnico, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, precisa ser pragmático e deixar de lado qualquer dúvida em relação a estrangeiros”, diz o editorial do golpista O Globo.

Devemos ter claro que o problema aqui não é técnico A, B ou C, mas sim a tentativa da imprensa de destruir o futebol brasileiro, nosso patrimônio, de todas as maneiras possíveis. O que não falta aqui são jogadores e técnicos de primeiríssima qualidade. Essa coisa de sugerir técnico de fora é pretexto para “modernizar” o futebol, ou seja, tornar o nosso esporte espetacular num jogo sem graça como é o praticado na Europa.

O técnico estrangeiro viria para colocar o nosso futebol na linha, nos moldes do tiki-taka, aquele futebol ridículo apresentado pelos robôs espanhóis. Esse modelo é antagonista do nosso futebol-arte, esse mesmo praticado por Neymar e que já resultou ao craque expulsão de jogo e outros tipos de ataque, quando apresentados no exterior. O nosso camisa 10 já chegou a tomar cartão vermelho por aplicar uma “lambreta”, um drible de altíssima qualidade técnica e que deixa os apreciadores do bom futebol babando e, ao mesmo tempo, deixa esses durões europeus salivando de inveja.

Rejeitamos esse futebol engessado dos europeus. E rejeitamos também os seus técnicos, que defendem essa modernização do futebol para um jogo robótico. Não queremos seus treinadores, pois já temos várias opções trabalhando em solo brasileiro.

Futebol é política, em grande medida. Os imperialistas não podem aceitar que o maior futebol do mundo seja o de um país subdesenvolvido como o Brasil. Para ganhar milhões com o esporte, é necessário que os países imperialistas vençam competições importantes. Mas isso só é possível com uma campanha rasteira contra o Brasil e sua Seleção, pois dentro de campo, não há ninguém páreo para nossos craques. Se posicionar contrário aos técnicos estrangeiros é defender nosso futebol, é defender a cultura nacional, contra os abutres imperialistas.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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