Marcelo Marcelino

Coordenador da auditoria cidadã da dívida pública em Curitiba e membro da ACD nacional, sociólogo, economista e cientista político, pesquisador do Núcleo de Estudos Paranaenses – análise sociológica das famílias históricas da classe dominante do Brasil e membro do Partido da Causa Operária – Curitiba.

A crise imperialista aumenta

EUA não querem Itália na “nova rota da seda”

Os Estados Unidos fazem pressão sobre Itália para abandonar a "Nova Rota da Seda", comandada pela China, e gera uma situação que traduz a crise no interior do bloco imperialista

Há muito tempo, o bloco imperialista demonstra sinais de fadiga e caminha para a desintegração total: a crise financeira com epicentro nos Estados Unidos de 2008, o fortalecimento da Rússia e da China – que formaram uma associação geopolítica e estratégica na Eurásia como resposta a ofensiva de golpes de Estado no Oriente Médio e na Ucrânia, e que dificultaram algumas ofensivas do imperialismo -, a posse de Trump nos EUA, a derrocada no Afeganistão, a derrota na Síria, a retirada das tropas do Iraque, a pandemia, a guerra da Ucrânia e a aproximação dos países africanos com a Rússia.

Um imperialismo em xeque, numa crise bastante profunda e talvez em estágio terminal como um câncer que se alastra no organismo de uma maneira muito agressiva. E essa degradação foi impulsionada muito em função da própria política agressiva do imperialismo. 

Uma outra situação que incomoda muito o imperialismo, foi a adesão da Itália ao megaprojeto de investimentos em infraestrutura e logística geopolítica denominado Cinturão ou Rota da Seda capitaneado pela China. Essa aproximação aconteceu ainda um ano antes da pandemia da Covid-19, quando o então primeiro ministro Giuseppe Conte assinou um memorando entendimento sobre a chamada “Nova Rota da Seda”. Como a Itália tem até o final de 2023 para decidir se vai renovar o protocolo desse entendimento assinado com Pequim, as pressões do imperialismo sob o comando dos EUA só aumentam. A primeira ministra Meloni já disse, em algumas entrevistas, que precisa passar pelo crivo da sociedade para que a Itália renove o memorando.

Na verdade a expressão “discutir com a sociedade italiana” significa, na verdade, medir a pressão do imperialismo e analisar como fazer essa costura política. Recentemente, Meloni se encontrou com o presidente dos EUA Joe Biden e o assunto certamente rondou a mesa de discussão. A expressão utilizada por Meloni na conversa com a imprensa imperialista, traduz a tensão e o desconforto da Itália ter sido o único país do bloco do G7 a assinar o protocolo de entendimento sobre a Nova Rota da Seda.

O desconforto aumentou principalmente pela declaração do ministro da Defesa da Itália, Guido Crosseto, de que teria se tratado de um erro a assinatura desse entendimento, num ato improvisado e infame do governo Conte. O ministro capacho dos EUA disse ainda que é preciso sair dessa situação sem prejudicar as relações com os chineses.

O problema é que a economia europeia e, em especial, da Itália estão em frangalhos com baixíssimas perspectivas de melhora, pra não dizer nenhuma. Essa avaliação de que a economia europeia está sem saída, pelo menos no curto espaço de tempo, é do tal “mercado”, a partir da própria expectativa, mas também de empresários e demais analistas mais realistas.

A pressão dos Estados Unidos sobre a Itália no que diz respeito a um simples entendimento, sem uma adesão mais formal, demonstra claramente o desespero de perder o controle sobre seus próprios parceiros do G7 e da OTAN. Mais um capítulo da fase de degradação do imperialismo, um acumulo derrotas que provocam cada vez mais fissuras no interior do bloco e que parece estar prestes a desmoronar.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.