Acontecimentos recentes relacionados à política de Lula em relação à OTAN ajudam a esclarecer a orientação de seu governo. Em evento na Alemanha, Lula não se isentou de criticar o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, protegido pelo imperialismo, e ainda responsabilizou os países imperialistas por “falarem”, mas não “agirem” em prol da dita paz no Leste Europeu.
Antes disso, o presidente Lula havia decidido vetar o pedido da Alemanha para enviar munições para tanques para a Ucrânia. Isso acontece em meio a uma pressão muito grande do imperialismo norte-americano, inclusive sobre a Europa, para sustentar as tropas neonazistas ucranianas.
Há muita pressão para que sejam enviados tanques alemães para a Ucrânia para tentar conter o avanço russo e para que sejam enviados aviões de caça para tentar equilibrar a situação. Ou seja, havia uma pressão gigantesca do imperialismo sobre o governo Lula, e mesmo assim ele impediu que se enviasse munições para a Alemanha auxiliar as tropas ucranianas.
Durante as eleições, muitas pessoas atacaram Lula, dizendo que ele seria o candidato do imperialismo. Esses acontecimentos são importantes para mostrar que a orientação política geral do governo Lula não é estar alinhado ao imperialismo, pois essa era uma situação em que um governo pró-imperialista poderia se mostrar como efetivamente pró-imperialista.
E tal decisão foi extremamente negativa para o imperialismo, porque atrapalha o esforço militar de guerra. Em primeiro lugar, porque os rifles brasileiros armam a OTAN de modo geral; a principal fornecedora da Taurus é a CBC, a Companhia Brasileira de Cartuchos.
Em segundo, porque atrapalha o esforço propagandístico. Afinal, o Brasil é um país democrático, com um governo recém eleito, com um presidente popular, preocupado com a questão social e que se recusa a apoiar a Ucrânia e a ficar a reboque dos Estados Unidos.