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Encontro no Itamaraty

Lavrov: Rússia agradece compreensão do Brasil sobre a guerra

Em viagem ao Brasil, o chanceler russo, Sergei Lavrov, reafirmou a parceria entre os dois países, destacando a posição de Lula em relação à guerra na Ucrânia

Ontem (17), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, foi a Brasília participar de uma série de eventos e reuniões com o governo federal. Após reunir-se com Mauro Vieira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, ocasião na qual discutiram planos para aumentar as exportações de carne para a Rússia e para garantir a importação de fertilizantes para os agricultores brasileiros; ambos falaram com jornalistas no Palácio do Itamaraty.

“Agradecemos aos nossos amigos brasileiros pela clara compreensão da gênese da situação (na Ucrânia). Agradecemos o desejo de contribuir para encontrar caminhos para resolver esta situação”, disse Lavrov.

Além disso, o diplomata afirmou que os dois países possuem uma visão “similar” acerca da guerra na Europa. Sobre isso, diga-se de passagem, o tradutor do Itamaraty traduziu a fala de Lavrov como se ele houvesse afirmado que os dois países possuíssem uma “visão única” acerca do conflito. Não se sabe se se tratou de um ato falho ou de um erro de tradução, mas consta, no documento oficial enviado pelo governo russo, “similar”.

Ainda na coletiva de imprensa, o chanceler brasileiro reafirmou que o Brasil rejeita as sanções econômicas unilaterais impostas pelos Estados Unidos sobre a Rússia. Tais embargos trouxeram grave crise econômica não para a Rússia, alvo principal da ditadura imperialista sobre o mundo, mas sim, para os trabalhadores europeus e de países atrasados.

“Reiterei a posição brasileira contra a aplicação de sanções unilaterais. Tais medidas, além de não contarem com a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, têm impacto negativo sobre as economias de todo mundo, em especial dos países em desenvolvimento”, disse Mauro Vieira.

Em outros momentos, Lula defendeu a criação de um grupo de países que não participam da guerra na Ucrânia para atuar como mediador do conflito, uma espécie de “grupo da paz”. Lavrov, indo ao encontro dessa política, afirmou que o objetivo do Kremlin é buscar o fim do conflito “tão logo quanto possível”, além de que a Rússia deseja uma resolução para este que seja duradoura.

Por fim, outro grande destaque da reunião entre os chanceleres foi o convite de Lavrov a Lula para visitar Moscou em uma data ainda não definida. A isso, o ministro brasileiro afirmou que o governo já está estudando datas oportunas para que este encontro se concretize, mais um passo essencial para o apoio do Brasil à Rússia contra os Estados Unidos.

Após a coletiva de imprensa ao lado de Mauro Vieira, Sergei Lavrov seguiu, às 17 horas, para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, no último final de semana, emitiu uma série de declarações, enquanto estava em Abu Dhabi, culpando os Estados Unidos, a Ucrânia e países da União Europeia pelo conflito no Leste europeu. O chefe do Executivo brasileiro cobrou dos países imperialistas esforços para acabar com a guerra, reafirmando que estes não visam a paz e o fim da guerra.

Com isso, uma série de representantes, principalmente dos Estados Unidos, vieram a público criticar a posição de Lula, deixando claro que Washington está insatisfeito com o seu posicionamento. O chefe de comunicação do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, por exemplo, definiu como “profundamente problemáticas” as declarações do presidente. “O Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos”, afirmou, de maneira completamente demagógica, John Kirby.

Sobre o encontro de Lula com Lavrov nessa segunda-feira, Kirby disse que espera que o Brasil faça uma pressão contra a Rússia em prol do fim da guerra. Nesse sentido, deve-se imaginar que o porta-voz americano está profundamente insatisfeito pelo que foi divulgado do encontro entre os representantes brasileiros e russos.

Afinal, já está, na prática, definido: o Brasil, sob a liderança de Lula, está ao lado da China, da Rússia, do Irã. A viagem do presidente à China deixou isso claro, quando Lula, na cerimônia de posse de Dilma no Banco dos BRICS, destacou o papel da instituição no desenvolvimento da independência dos países atrasados em relação à ditadura do capital financeiro.

Parte da esquerda pequeno-burguesa, e da própria direita, tentaram caracterizar a atuação política de Lula como pró-imperialista por essência. Agora, essa farsa está sendo completamente desmascarada, pois não há no que se sustentar por conta da série de posicionamentos do governo brasileiro.

Nesse sentido, porém, é preciso ficar atento. As declarações citadas anteriormente de John Kirby demonstram que o governo americano está de olho na política internacional de Lula e que não gostam do que vêm. Como fizeram no passado, são altas as chances de que os Estados Unidos interfiram diretamente no governo brasileiro, seja institucionalmente, como foi com a Lava Jato, o impeachment e a prisão de Lula, seja militarmente, como foi durante o Golpe de 1964.

A medida que a situação se polariza, Lula deve convocar toda a esquerda a tomar as ruas imediatamente, não só para impedir que a burguesia sabote o governo, como está fazendo, por exemplo, com a taxa de juros do Banco Central e o trâmite das Medidas Provisórias no Congresso; mas também para enfrentar uma possível ameaça golpista internacional. O apoio popular é, agora, essencial para garantir os direitos dos trabalhadores brasileiros.

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