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Conferência de Jerusalém

Israel inventou mito do terrorismo para lutar contra os oprimidos

Por meio da Conferência de Jerusalém, o sionismo, liderado por Menahem Begin e Netanyahu, criaram a concepção de que os grupos de libertação nacional seriam terroristas

Sendo a principal organização da resistência palestina, o Hamas vem sendo alvo da mais incessante calúnia. Desde o início, são falsificações uma atrás da outra. Desde bebês decapitados, passando por estupros, a imolação de judeus. Mentiras e mais mentiras a fim de tentar desqualificar e desmoralizar a resistência do povo palestino, servem para justificar a acusação de terrorismo e, é claro, o genocídio que “Israel” vem perpetrando contra Gaza e a Cisjordânia com os incessantes ataques e bombardeios, tendo assassinado mais de 15 mil palestinos.

O Mintpress publicou uma reportagem que demonstra as origens da definição moderna do termo “terrorismo” e o papel do próprio Benjamin Netanyahu (ou seja, da maquina de propaganda sionista) nessa definição.

Segundo o jornal:           

“Israel – e especificamente o seu líder veterano, Benjamin Netanyahu – foi fundamental para inventar a concepção dominante de ‘terrorismo’, explicitamente para deslegitimar as lutas anti-imperiais, ao mesmo tempo que validava a violência estatal ocidental dirigida aos povos oprimidos em todo o Sul Global. O impacto deste ataque informativo pode ser sentido hoje em todos os cantos do mundo – sobretudo em Gaza.”

Ao mostrar o desenvolvimento da concepção, o artigo cita o caso emblemático das Olimpíadas de 1972:

Durante anos, nessa altura, as autoridades israelitas tentaram popularizar o termo ‘terrorismo’ para explicar as motivações e ações dos combatentes pela liberdade dos palestinos. Dessa forma, a sua justa fúria contra a repressão poderia ser reformulada como uma ideologia destrutiva de violência pela violência sem justificação e a tirania colonial sionista como autodefesa garantida. Este esforço ganhou força em Setembro de 1972, quando o rapto de 11 atletas israelitas nos Jogos Olímpicos daquele ano em Munique por militantes palestinos terminou com o assassinato de todos os reféns.”

Além deste caso, um dos pontos de virada foi o ocorrido em 27 de junho de 1976, em que militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram o voo 139 da Air France, cujos passageiros eram a maioria judeus ou israelenses. O voo ia de Paris a Tel Aviv, mas fora desviado para Uganda. Com o sequestro do avião, os militantes buscavam a libertação de 53 prisioneiros palestinos. Contudo, o IOF (forças de ocupação israelense) realizaram uma operação e conseguiram libertar quase todos os reféns, salvo quatro. Um dos comandantes do IOF morreu, Yonatan Netanyahu, o irmão mais velho do atual primeiro-ministro de “Israel”, o nazista-sionista Benjamin Netanyahu.

Assim, Netanyahu aproveitou-se da Operação Entebbe, quando seu irmão morreu, para fundar o Instituto Jonathan, um think tank voltado para o “combate ao terrorismo” e para a popularização do conceito de “terrorismo” que o sionismo estava tentando emplacar, o de que a luta dos palestinos por sua libertação nacional era terrorismo (e, por analogia, toda e qualquer luta por libertação nacional). Segundo declaração do próprio Netanyahu, o objetivo do instituto era:

“Chamar a atenção do público para a grave ameaça que o terrorismo internacional representa para todas as sociedades democráticas, estudar a natureza real do terrorismo de hoje e propor medidas para combater e derrotar os movimentos terroristas internacionais.”

Em julho de 1979, foi convocada a Conferência de Jerusalém sobre Terrorismo Internacional (JCIT), que contou com a presença de cerca “de 700 funcionários do governo israelense, legisladores dos EUA, agentes de inteligência de toda a rede de espionagem global ‘Cinco Olhos’ e aparatos de política externa ocidentais” (Mintpress).

Deixando claro o papel de “Israel” e do sionismo no que veio a resultar na atual campanha global do imperialismo contra o “terrorismo”, quem fez o discurso de abertura na JCIT foi o então primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, dando o tom de que a violência do imperialismo e de seus lacaios (“Israel”, por exemplo) não se enquadrava como terrorismo. A violência do imperialismo era “uma luta pela liberdade ou libertação”, sendo que terrorismo seria apenas a violência que contrariasse os interesses do imperialismo. Basicamente, quem era terrorista era a OLP (Organização pela Libertação da Palestina).

Menachem Begin, por sua vez, foi o fundador do Likud, partido do genocida Netanyahu, que já liderou a matança de mais de 15 mil pessoas em Gaza. A maçã não cai longe da árvore. Assim como Netanyahu, Begin também foi um genocida, teve papel fundamental na Nakba, ou seja, na expulsão de milhões de palestinos em 1948. Ele foi um dos líderes do Irgun, uma das milícias fascistas que mais mataram em nome dos sionistas, necessária para expulsão dos palestinos de suas terras.

A máquina de propaganda de “Israel” também é responsável, junto com a máquina de propaganda do imperialismo norte-americano, pela propaganda contra o “terrorismo” e toda a repressão que dela decorre.

Nesse sentido, a esquerda e demais organizações populares jamais devem embarcar nessa política de condenar o “terrorismo”. É uma política que só serve para fortalecer o imperialismo, o sionismo e enfraquecer a luta em prol da Palestina e dos oprimidos em geral.

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