Na última quarta-feira (19), o chileno Gabriel Boric foi à imprensa reclamar da última reunião da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC). O presidente andino não gostou que a cúpula não criticou duramente a Rússia por ter deflagrado uma operação militar especial na Ucrânia. Boric, portanto, queria que uma comunidade de países atrasados, oprimidos violentamente pelo imperialismo, saísse em defesa dos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A declaração grotesca de Boric não passou em branco. O presidente Lula criticou o chileno, dizendo ser impossível concordar com ele. Boric, por sua vez, replicou o brasileiro, falando que era preciso ser “claro” quando se tratava de guerra. Boric ainda teve a cara de pau de dizer que o que aconteceu com a Ucrânia poderia acontecer à América Latina. Isto é, que a Rússia poderia invadir o Chile, o Brasil, o Paraguai…. Como se os Estados Unidos não tivessem tentado, há não muito tempo, invadir a Venezuela por meio de mercenários.
Depois desse embate público, a imprensa capitalista, toda ela, saiu em defesa de Boric. O jornal O Globo, um dos maiores representante do imperialismo na América Latina, criticou Lula, dizendo que o brasileiro deveria ser mais generoso com a “nova esquerda”. Em outro artigo, falou que Boric seria a verdadeira “democracia” no continente.
O afago da imprensa a Boric só torna tudo ainda mais evidente: o presidente chileno não deve ser levado a sério pela esquerda. É uma marionete dos Estados Unidos, uma pessoa que foi infiltrada na esquerda para levar adiante o programa do imperialismo.