Após dois anos sem a festa popular mais importante do País, em função da pandemia da COVID-19, os brasileiros voltam agora, em 2023, a ocupar as ruas e praças das cidades para brincar e se divertir. É o carnaval que volta com toda a força, encanto e magia, arrastando milhões de populares em todas as regiões e estados.
No entanto, não são poucos os obstáculos enfrentados pelos foliões para se divertirem, que vão desde a segregação imposta pelos blocos controlados pelas empresas que exploram a festa, fixando valores absurdos para ingressar no espaço por eles privatizados, como também a repressão policial que, a pretexto de estar oferecendo segurança aos que desejam se divertir, na verdade, atuam para criar constrangimentos, isso quando não realizam operações, batidas e revistas, tudo para impedir que os populares possam expressar livremente sua alegria e contentamento.
Um exemplo claro dessa situação ocorre no Distrito Federal – mais especificamente em Brasília, a capital do País – onde a Polícia Militar montou um verdadeiro aparato repressivo, uma operação de guerra para, segundo eles, “monitorar” o carnaval, operação que envolve milhares de policiais de “unidades especializadas”, a exemplo do Batalhão de Polícia de Choque (BPchoque), Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), Regimento de Polícia Montada, Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) e Batalhão de Aviação Operacional (Bavop).
Ora, qual o sentido de tudo isso, de toda essa operação que mais parece uma ação para deter uma invasão estrangeira à capital? A PM não deu maiores explicações, mas certamente a operação deve estar associada aos acontecimentos do dia 08 de janeiro, quando essa mesma PM, diante da ação de vândalos que invadiram a sede dos três poderes na capital, assistiu passivamente à depredação, o quebra-quebra, sem intervir e sem que nada tenha feito para coibir a ação dos elementos desclassificados insuflados pelos militares bolsonaristas. A explicação parece simples: A PM do Distrito Federal tem o DNA identificado com o bolsonarismo, com a repressão, com a violência e os abusos praticados contra a população pobre e explorada da cidade.
É essa mesma PM que facilitou a vida dos bolsonaristas no dia 08 de janeiro que estará nas ruas da cidade para “monitorar” os foliões nos quatro dias. Para se ter uma ideia da dimensão da operação, está sendo instalada uma “Cidade Policial”, equipada com todo o aparato repressivo do qual dispõe a PM do DF.
Está claro que a mobilização de todo esse aparato envolvendo homens, cães, armamento, carros de combate, etc. não tem por objetivo oferecer segurança a quem quer que seja, mas o propósito verdadeiro é intimidar, ameaçar e constranger os que comparecerem às ruas para curtirem a festa popular.
Tudo Isso que está sendo preparado pela PM no DF reforça a necessidade de colocar na ordem do dia a consigna de “Dissolução da PM; pelo fim de todo o aparato repressivo contra a população e em defesa do policiamento comunitário, que deve ser realizado pela própria comunidade organizada em comitês de bairro, local de moradia, etc.