Este Diário, já por um bom tempo, vem denunciando a enorme campanha da imprensa golpista para que assuma um técnico estrangeiro na Seleção Brasileira de futebol, mesmo antes da Copa do Mundo de 2022. Após a eliminação contra a Croácia, onde todo este setor fazia campanha contra a Seleção, os oportunistas aumentaram ainda mais a campanha que chega ao absurdo.
O jornalista Milton Neves, na sua coluna para o site de esportes UOL, no último dia 31, intitulada “Abel pode ser 90% do Palmeiras e 10% da seleção brasileira!”, faz uma primeira defesa de que um técnico não necessariamente precisa ser dedicado a uma seleção. Poderia este ser compartilhado com outra equipe, pois, segundo ele, “o técnico da seleção ‘ coça o saco’ a maior parte do tempo”. Faz uma comparação ridícula, sugerindo ao leitor dele imaginar se os jogadores fossem exclusivos da seleção, perderiam o ritmo. Milton Neves, na maior cara da pau, se esquece que o trabalho do treinador de futebol é intelectual e prospectivo, não um trabalho de força física. Ritmo para um treinador é acompanhar as ligas de futebol acontecendo no mundo inteiro e para isso claramente necessita-se de tempo.
Porém, a proposta por si só já soa como uma comédia, visto o calendário dos campeonatos nacionais, onde alguns times podem passar de 70 partidas por ano. O texto, de fato, não é uma proposta séria, faz parte de uma campanha golpista de entrega do nosso futebol para um treinador estrangeiro, colocando o absurdo – treinar a seleção e um clube – como sendo melhor que qualquer técnico brasileiro. Poderíamos dizer que Abel faz um bom trabalho, com diversas ressalvas, mas o fato é que nem um currículo extenso possui. Quais os outros títulos de Abel fora do Palmeiras?
A campanha é intensa e diária. Todos os dias temos algum articulista do futebol defendendo algum técnico de fora na Seleção. Como alertamos, é preciso nos mobilizarmos em uma campanha esclarecendo os reais motivos ocultos no interesse por técnicos de fora. Mostrar que o imperialismo visa ‘abocanhar‘ uma parte do nosso futebol, que gera milhões de dólares por ano, entregando os clubes para o capitalistas estrangeiros, por meio da SAF, e o comando da seleção para um elemento de outro país. A crise capitalista faz com que este repasse de riquezas – o futebol é uma riqueza brasileira – deva ser o mais rápido possível e com o maior lucro possível.
O futebol é nosso e os clubes também, fora SAF, fora técnicos estrangeiros.