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Ricardo Rabelo

Ricardo Rabelo é economista e militante pelo socialismo. Graduado em Ciência Econômicas pela UFMG (1975), também possui especialização em Informática na Educação pela PUC – MINAS (1996). Além disso, possui mestrado em sociologia pela FAFICH UFMG (1983) e doutorado em Comunicação pela UFRJ (2002). Entre 1986 e 2019, foi professor titular de Economia da PUC – MINAS. Foi membro de Corpo Editorial da Revista Economia & Gestão PUC – MINAS.

Crise

Eleições no Equador: o começo do fim

A divulgação do escândalo da espionagem contra o ex-presidente, Rafael Correa, mostra que ele representa o projeto político que o imperialismo não aceita para o Equador

O Equador tem passado, nos últimos anos, por mudanças políticas rápidas e que mostram, ao mesmo tempo, toda uma gama de aberrações do comportamento dos partidos e lideres políticos. Depois de 10 anos de Revolução Cidadã, com o emblemático Rafael Correa à frente, em que as transformações apontaram num sentido progressista e de desenvolvimento do país, o Equador entrou em um labirinto de retrocessos que voltaram a estabelecer obstáculos neoliberais para essa evolução.

A traição de Lenin Moreno

Como uma tragédia grega, tivemos o suprassumo da traição política de Lenin Moreno aos ideais da Revolução que o elegeu sucessor de Correa, personagem sem moral e sem escrúpulos, a implantar de novo o domínio total do imperialismo sobre o país. Tornou-se um instrumento direto do imperialismo no Equador, país cuja experiencia neoliberal do antecessor de Correa gerou caos econômico e aboliu a moeda nacional do país substituindo-a pelo dólar estadunidense. O Governo de Lenin Moreno desenvolveu uma campanha de law fare contra seu agora opositor Rafael Correa e seu vice Jorge Glas, que permaneceu preso muitos anos, e todos os membros correistas do partido Alianza País.

Lenin Moreno fez tudo o que o imperialismo exigia: reduziu enormemente a produção de petróleo na região Yasuní ITT, reduziu a despesa pública, estabelecendo o limite máximo de 3% para seu crescimento, liberalizou o comércio, flexibilizou o código do trabalho, facilitou as privatizações com subsídios. . Em fevereiro de 2019 acabou com o banimento do FMI , fazendo uma dívida de mais de US$ 10 bilhões com o fundo e o Banco Mundial, a ser paga em 30 anos. Patrocinou o pior enfrentamento da pandemia da COVID 19, em que os doentes morriam em casa ou na rua, sem atendimento. O governo se tornou rapidamente impopular, tendo Moreno fugido da capital diante de manifestações enormes que queriam expulsá-lo do poder. Não conseguiu a reeleição em 2021, foi expulso de seu partido e foi residir nos EUA, sua doverdadeira pátria. Tornou-se palestrante do “Centro Adam Smith para Liberdade Econômica”, da Florida International University (FIU), sendo depois indicado por ninguém menos que Luis Almagro, o grande capacho dos EUA e chefe da OEA para um cargo de representação no Paraguai.

Guilherme Laço: a destruição neoliberal

O sucessor de Lenin Moreno, Guilhermo Lasso, continuou sua obra neoliberal, agora realizada por um grande capitalista financeiro. Ele possui quarenta e nove companhias situadas em paraísos fiscais. Sua fortuna aumentou em 31 milhões de dólares durante seu mandato, tendo seu nome listado em outubro de 2021 nos chamados Pandora Papers. Lasso é membro do Opus Dei e opõe-se à legalização do aborto, mesmo em casos de violação ou malformação fetal. Seu governo foi marcado pelo mais cruel neoliberalismo que se tem notícia, tendo cortado verba de hospitais e medicamentos em plena pandemia, dentro de uma política de austeridade imposta pelo FMI. O governo anunciou a privatização de três refinarias, algumas autoestradas, a empresa pública de telecomunicações e o Banco del Pacífico, a reativar várias centenas de projetos mineiros que tinham sido suspensos por governos anteriores.
O aumento intenso da pobreza levou a um aumento expressivo da criminalidade. Em Guaiaquil, a capital económica do Equador, o número de homicídios aumenta em 60% no ano 2022 em comparação com 2021. Os movimentos sociais enfrentam o governo em 2 oportunidades, em outubro de 2021 e 13 de Junho de 2022, com Lasso recusando-se a negociar e apelando para a repressão violenta. O segundo movimento foi mais forte e organizado, com um enfrentamento da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) diretamente com as políticas do governo, como o aumento dos preços dos combustíveis e as privatizações. . O governo respondeu com repressão, decretando o estado de emergência cujo resultado inicial foram seis mortos e uma centena de feridos.. A taxa de aprovação do seu governo baixou para 17% em Junho de 2022. Outro grande feito de seu governo foi expulsão de Julian Assange da embaixada do Equador em Londres, mostrando estar sempre disposto a prestar seus préstimos ao imperialismo estadunidense.

A destruição de um país

Guilhermo Lasso vai ter seu nome marcado na história do país como, provavelmente, inimigo público no. 1 Porque este seu governo, de apenas dois anos, significa a segunda destruição do país que Lasso promove. Lasso , dono de banco e defensor dos banqueiros, em 1993 usou sua influência sobre o vice-presidente da época para aprovar a Lei Geral de Instituições Financeiras, que gerou o processo de dolarização que ele comandou em 1999 como ministro da Economia. Semelhante ao que aconteceu no Brasil com o Plano Collor, as contas correntes foram congeladas e zeradas em moeda nacional, o sucre. Foi uma verdadeira hecatombe social no país, que levou à migração de quase metade da população do país com elevação exponencial da taxa de suicídios. A pobreza no país passou dos 80%, o desemprego chegou aos 20% e mais de 50% tinham subempregos.
Em janeiro do ano 2000, o então presidente Jamil Mahuad, de quem Lasso era o ministro da Economia, foi derrubado por grande levante indígena e popular. A Junta Militar que tomou o poder foi presidida pelo general Lucio Gutiérrez. Como comandante militar, Gutiérrez não acatara as ordens de repressão dadas pelo presidente Mahuad. Assim, quando o vice-presidente Gustavo Noboa assumiu o poder, Gutiérrez foi preso e ficou encarcerado por seis meses.. Voltou ao poder nas eleições de 2002 surpreendentemente com apoio da CONAIE e Pachakutik, principais movimentos indígenas do país .Novamente o imperialismo ver valer seus interesses e Gutierrez logo após ter sido eleito, antes de tomar posse, viajou para os Estados Unidos e assinou um acordo de livre-comércio com o governo de George W. Bush. A ira popular voltou a ganhar as ruas, obrigando-o a assinar seu pedido de renúncia em abril de 2005.

A morte cruzada e anunciada

Toda essa tragédia desse país latino-americano, portanto, tem um grande culpado, Guilhermo Lasso, mas por trás de tudo, em todos os momentos, está a mão pesada do imperialismo estadunidense. Lasso foi retirado do poder porque o Congresso nacional em 2023, promoveu um processo de impeachment acusando-o de que um desfalque relacionado a um contrato de transporte de petróleo entre a empresa pública Flopec e uma empresa do setor privado, havia sido desconsiderado por ele. Nos bastidores muitos o acusam de vínculos com o narcotráfico, principalmente com a máfia albanesa, por meio de seu cunhado, Danilo Carrera, conhecido como El Gran Padrino (O Grande Poderoso Chefão). A rejeição popular ao governante ultrapassa os 80%, segundo pesquisas de maio de 2023, e muitos descrevem Lasso como o pior presidente da história do país devido aos problemas palpáveis no cotidiano da maioria.
Para fugir ao impeachment , Guillermo Lasso, decretou a chamada “morte cruzada”, cláusula constitucional com a qual a Assembleia Nacional é dissolvida para que depois sejam convocadas eleições, a fim de renovar os Poderes Legislativo e Executivo.
Isso significa que o presidente Lasso pode governar por decretos-lei de urgência econômica enquanto as eleições para presidente e legisladores são realizadas em seis meses.

A medida mais importante de Lasso nesse período foi a convocação de dois referendos, que ocorrerão junto com as eleições gerais, em agosto, que decidirão se projetos de petróleo e mineração nas principais regiões do país podem continuar ou não. O Equador foi pioneiro nessa idéia, hoje atual, de interromper a exploração de recursos naturais em função de possíveis efeitos ambientais dessa exploração. O próprio governo Rafael Correa, em 2007, se deixou levar por essa ideia, comprometendo-se em não explorar o peróleo em uma reserva indígena em troca de aporte de recursos pelas entidades e empresas estrangeiras. Ele foi obrigado a interromper o projeto porque não houve o aporte de recursos estrangeiros necessário para o país continuar não explorando o petróleo. O prejuízo para o país será imenso se continuar com suas reservas de petróleo e minerais subaproveitadas. Cerca de 12% da produção de petróleo bruto, de 480 mil barris por dia (bpd), estão dentro da reserva natural Yasuní, na Amazônia. O referendo de Quito pode também barrar a mineração na floresta Choco Andino, inviabilizando seis concessões de ouro.

A petrolífera estatal Petroecuador diz que o referendo de Yasuní custaria ao país 13,8 bilhões de dólares em receita nas próximas duas décadas, se impedir a produção de petróleo.
As plataformas na região têm até 39 poços cada para minimizar o espaço que ocupam. O parque tem as melhores práticas de proteção. Dois outros blocos da Petroecuador na área não seriam afetados pela votação.É claramente um absurdo a idéia de um país como o Equador renunciar a explorar seus recursos naturais. Certamente que a causa da renúncia não é o problema ambiental, mas impedir a exploração pela estatal de petróleo para depois liberar para alguma multinacional “ecológica”.

As Eleições Decisivas

Em 20 de agosto próximo, Equador enfrentará as eleições mais importantes da sua história recente: todas as pesquisas coincidem em que a vencedora será a candidata do correísmo, Luisa González. Apesar de que o vencedor destas eleições ficará menos de dois anos no poder, pois completará o período atual que termina em maio de 2025, as eleições podem finalmente colocar um ponto final nesse ciclo de tragédias nacionais desde a década de 90, com o breve intervalo do período de Rafael Correa no poder. Porque as grandes conquistas desse período foram totalmente destruídas pelos governos seguintes. Luisa González, advogada, ex-deputada e ex-funcionária de confiança do governo de Correa, tem um a intenção de voto de 38% (dos votos válidos), mas o grande problema é superar os 40% com uma diferença de pelo menos 10 pontos sobre o segundo colocado para poder ganhar no primeiro turno. A candidata pertence a uma ala mais à direita do Correísmo, sendo contra o aborto, por exemplo.
Os outros candidatos entre os mais bem colocados nas pesquisas são a possibilidade de uma manutenção do caos. Otto Sonnenholzner, abandonou a vice-presidência do Governo Lenin Moreno para fugir da pandemia e além de financiado por partidos de direita, acusa Nicarágua e Venezuela de ditaduras e assinou a Carta de Madri, lançada pelo partido de extrema direita espanhol Vox.. Sonnenholzner é acionista e em algum momento advogado de Hersalbar Holdings S.A., relacionada com Polder S.A., por sua vez relacionada com uma sociedade nas Ilhas Virgens Britânicas. Finalmente, há o caso de Hervas, acionista atual da Nova Alimentos Alimennovasa S.A., relacionada em algum momento com uma sociedade no Panamá.
Fernando Villavicencio é um político que se consagrou por se envolver em campanhas contra o Governo Rafael Correa, pelo qual foi processado. Em uma ocasião chegou a propor que os EUA sancionassem o país por causa de pretensos crimes contra a humanidade cometidos pelo Governo Correa. Além de trabalhar para o Patticuk , tem sido considerado o defensor de Lasso nessa eleição.
Finalmente está o dirigente indígena Yaku Pérez que tem sempre participado das eleições presidenciais com o objetivo de atrair votos da esquerda e possibilitar e vitória da direita, como o fez na última eleição, apoiando abertamente Guilhermo lasso no segundo turno contra o candidato correista. Dessa vez Yaku Pérez não tem o apoio da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), que o apoiou nas presidenciais de 2021 além de estar defendido propostas de direita -como o de um tratado de livre comércio com os EUA, um ambientalismo sem regulamentação estatal tornando difícil que continue atraindo os votos de uma parte da esquerda.
Daniel Noboa foi acionista da Industrial Molinera C.A., empresa de sua família e que tem como beneficiários finais sociedades situadas nas Bahamas e no Panamá. O caso seguinte é o de Jan Topic, que faz parte do Grupo Econômico Telconet que tem ligação com uma sociedade nas Bahamas.
A estratégia das direitas é clara: lançar o maior número de candidatos possível, todos com grandes esquemas de financiamento, sem falar os recursos que o próprio Guilhermo Lasso irá derramar e agenciar para as eleições. Há o perigo de uma grande abstenção, mas, já que o voto é obrigatório, isso pode se refletir no aumento do voto nulo e branco. Nas eleições presidenciais de 2002 a 2017, o voto nulo e branco ficou perto dos 12%. Em 2021, no segundo turno, chegou a 18%, fruto da campanha do movimento indígena pelo voto nulo.
O que é certo que, apesar de ser uma candidata reformista e mais branda nas suas propostas que o primeiro governo Correa, o governo Luísa Gonzalez pode desenvolver um processo de radicalização das lutas populares no Equador, sendo que as próprias massas acabem por levar o governo a propor reformas estruturais importantes no país. Aparentemente o imperialismo ainda não escolheu o seu candidato, que certamente será aquele que disputar o segundo turno contra a candidata correista, se ela não ganhar no primeiro turno.
A espionagem contra Correa
A divulgação do escândalo da espionagem contra o ex-presidente, Rafael Correa, mostra que ele representa o projeto político que o imperialismo não aceita para o Equador. Ele afeta profundamente a campanha presidencial em que a Revolução Cidadã tem a maioria das intenções de voto nas pesquisas.
O jornal espanhol El País revelou que a empresa de segurança Undercover Global, da Espanha, teria espionado Correia para nada mais nada menos que a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), o que favorece de modo considerável que o ex-presidente, não havendo cometido nenhum crime, denuncie a perseguição judicial – lawfare- que vem sofrendo desde que deixou o cargo em 2017, razão pela qual permanece exilado na Bélgica, impedido de regressar a seu país sem risco de ser detido.
Como a CIA Age
“Tinham total acesso a meu computador, a meu telefone, contrataram empresas para investigar nossas contas, nossos movimentos financeiros e migratórios, e, apesar de tudo isso, não lhes resta mais do que condenar-nos ‘por influência psíquica’ porque como somos gente de mãos limpas, têm que inventar calúnias para acusar-nos de algo”, afirmou Correa ao jornal sobre o absurdo argumento jurídico com que foi condenado em seu país por um suposto caso de corrupção. Parei aqui.
A Justiça espanhola investiga não só a Undercover Global como também seu dono, o ex-militar David Morales, que foram contratados pelo próprio Correa para fazer a segurança da embaixada equatoriana em Londres, onde estava refugiado o fundador de Wikileaks, Julian Assange. Numa reviravolta completa, talvez porque passou a receber muito mais dinheiro e benefícios escusos da CIA , a empresa passou a espionar, em 2018, não os funcionários da embaixada britânica, mas as conversas de Correa com os ex-presidentes Cristina Kirchner, da Argentina, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do Brasil, e José Mujica, do Uruguai. Mais uma vez ficam explicados os fatos envolvendo todos esses personagens, que foram vítimas em seus países de golpes que os destituíram do poder.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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