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Vazamento da CNN

Crises institucionais seriam reação à política externa de Lula?

Ex-funcionário do GSI acredita que há uma "vontade de criar crises" no governo Lula devido à questão da Ucrânia

Em entrevista à Sputnik Brasil, Francisco Carlos Teixeira da Silva, ex-funcionário do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que as recentes crises institucionais entre o governo Lula e o GSI seriam resultado da política externa levada adiante pelo presidente. Embora não apresente provas, trata-se, dada a posição que Francisco Carlos já ocupou no aparato do Estado, de uma importante denúncia. Afinal, o vazamento das imagens em que o ex-comandante do GSI Gonçalves Dias aparece interagindo com os manifestantes de 8 de janeiro foi feito pela sucursal brasileira de um órgão norte-americano, a CNN, e aconteceu logo após a imprensa internacional repercutir de maneira negativa as falas de Lula sobre aguerra da Ucrãnia. Dias antes, por exemplo, o jornal O Globo havia dito que “Lula arrisca levar um tombo”.

Para embasar sua opinião, Francisco Carlos destaca algumas informações importantes, como a de que o GSI chegou a comprar equipamentos israelenses para espionar cidadãos brasileiros e que a CNN Brasil recebeu recentemente o embaixador da União Europeia no Brasil, “que fez críticas descabidas para seu cargo às posições do Brasil sobre a Ucrânia e à proposta de criação de grupo de países para negociar a paz”.

Segundo o ex-GSI, “há uma coordenação para criar um mal-estar e não podemos descartar que esse episódio da exoneração do Gonçalves Dias seja uma forma de atingir o Lula por causa da questão da Ucrânia”. Francisco Carlos ainda acredita que haja “uma vontade de criar crises dentro do governo Lula em função da questão da Ucrânia”.

O escândalo produzido pelo vazamento teve efeito imediato. Figuras da extrema-direita, como o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), anunciaram que aquilo seria o início da queda do governo. Embora as consequências estejam em aberto, é evidente que o episódio resultou em um enfraquecimento do governo. Primeiro, sedes dos Três Poderes foram invadidas com uma semana de governo. Segundo, o governo ficou desmoralizado porque não conseguiu punir nenhum responsável, mesmo ficando claro que os mentores foram os generais, particularmente a cúpula bolsonarista das Forças Armadas. Agora, Lula aparece aparentemente traído por um general que seria de sua confiança – ou, na melhor das hipóteses, vítima de uma extraordinária incompetência do ex-GSI.

Se ainda não há informações suficientes para determinar de onde veio a ordem para que vazassem as imagens – se vieram dos mesmos generais bolsonaristas ou se, agora, a sabotagem contra o governo já contaria diretamente com elementos do Departamento de Estado dos Estados Unidos -, é preciso destacar que o ataque ao governo é, no mínimo, conveniente para os norte-americanos.

Nos próximos dias, o governo deverá enfrentar batalhas duras, que servirão para torná-lo ainda mais pressionado — o que poderia ajudar o imperialismo a colocar o presidente na defensiva no que diz respeito à política externa. Lula deverá enfrentar a CPMI do dia 8 de janeiro, que poderá criar condições para que a direita culpe o governo pelas invasões, e a CPI do MST, que pode atingir duramente um aliado do governo e ainda acusar o governo de compactuar com supostos “métodos criminosos”. Ambas as comissões de inquérito terão como arena o parlamento, um terreno extremamente desfavorável ao governo.

É nítido que, independentemente de qual seja o plano, está em marcha uma operação de “aproximações sucessivas” contra o governo Lula, com sabotagens em todas as áreas, desde a econômica até no aparato de repressão, e que poderá desembocar em um golpe de Estado contra todo o povo brasileiro. É preciso, portanto, iniciar imediatamente um processo de ampla mobilização dos trabalhadores, levantando suas reivindicações nas ruas: pelo fim da tutela militar, por um salário mínimo vital e pela reforma agrária.

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