À medida que a crise no Oriente Próximo aumenta, cresce a necessidade do imperialismo de intensificar a repressão. Diante da total fragilidade do Estado de “Israel”, cada vez mais isolado internacionalmente e cada vez mais derrotado pelas forças de resistência, o imperialismo decidiu lançar mão de uma contraofensiva brutal, que tem resultado na prisão de mais de mil estudantes nos Estados Unidos, na censura de milhares de perfis nas redes sociais e na aprovação de leis profundamente antidemocráticas.
Hoje, já não há mais margem para dúvidas. O grande objetivo do ataque às liberdades democráticas é reprimir a esquerda – isto é, aqueles que apoiam a luta do povo palestino contra “Israel”.
Afinal, com a Operação Dilúvio de al-Aqsa, o mundo entrou em uma nova etapa da crise imperialista, na qual a tendência à rebelião contra a ordem mundial aumentou exponencialmente. Qualquer povo que demonstre seu apoio aos palestinos em qualquer parte do mundo está também demonstrando sua disposição de lutar para se libertar do imperialismo.
Na medida em que a contraofensiva é fundamentalmente contra a esquerda mundial, a extrema direita está a favor da censura. Nos Estados Unidos, por exemplo, até mesmo pessoas que estiveram ligadas aos “Arquivos do Twitter”, que prestaram uma importante contribuição para a denúncia sobre a política de censura do Partido Democrata, hoje defendem a repressão contra os estudantes. Defendem que jovens sejam presos e suspensos de suas universidades pelo simples fato de protestarem contra um genocídio em curso.
Caiu por terra, portanto, a farsa de que a extrema direita defenderia a liberdade de expressão ou a farsa de que a defesa da liberdade de expressão seria “coisa da extrema direita”. O fato é que a extrema direita nunca defendeu a liberdade de expressão.
Apenas gritou contra a censura por conveniência, quando a repressão estava caindo sobre eles. No entanto, de uma maneira geral, a extrema direita sempre esteve na linha de frente dos ataques aos direitos democráticos.
A extrema direita só conseguiu se associar à liberdade de expressão porque, por um lado, fez bastante propaganda de si mesma, e, por outro, porque contou com a ajuda da esquerda pequeno-burguesa, que, ao dizer que a liberdade de expressão era “coisa da extrema direita”, entregou de presente o título de defensores das liberdades democráticas a seus inimigos.