As eleições na Nigéria, em fevereiro, deram a vitória ao candidato da situação Bola Tinubu, que sucede ao presidente Muhammadu Buhari, do mesmo partido, mas que não pôde concorrer novamente, pois a lei eleitoral do país impede a reeleição por mais de dois mandados.
Bola Tinubu, que foi para os Estados Unidos, em 1975, para estudar e formou-se em contabilidade, sendo contratado então para trabalhar na empresa Mobil, estranha coincidência a empresa americana ter negócios no seu país de origem e ele ser eleito presidente agora. Mas, com certeza, é pura coincidência.
A Nigéria, país rico em petróleo e outros minerais, é alvo do imperialismo desde sua colonização, e o resultado das eleições apontam para um alinhamento com o setor imperialista dos EUA. Bola Tinubu foi duramente criticado no período da campanha eleitoral por assinar contrato com empresas em que seus aliados eram seus acionistas.
A Nigéria, possui uma população de 200 milhões de habitantes, mas nas eleições de 2023 apenas 93 milhões votaram. É o exemplo completo de como um pais pode ser destruído por dentro, bastando ao imperialismo explorar, no caso, as diversas etnias existentes e fazendo prevalecer aquela que lhe é mais conveniente.
Denúncias de fraude, corrupção e violência política pipocaram de todos os lados durante a campanha eleitoral. Mas combater à fraude e corrupção acontecem, ou são forjadas, apenas em determinadas circunstâncias.
País que já sofreu com golpes de estados e ditaduras que duraram décadas, hoje celebrado como modelo de democracia para África, a Nigéria se parece um pouco com o Brasil de hoje, com uma classe política dominante interessada apenas em ganhos pessoais. Prova disso é a alta inflação e os problemas econômicos que o país enfrenta em meio à violência que explode por todo canto. O novo presidente, inclusive, ganhou fama no estado onde governou por diminuir os índices de violência e ter melhorado as estradas. De onde se deduz que a diminuição da violência ele só pode ser resultado de repressão policial, já que a economia vai de mal a pior.
O resultado das eleições aponta para o aprofundamento da crise econômica e social do país, pois prevaleceram os mesmos que levaram a Nigéria à situação atual.
Com os interesses dos mercados nos recursos minerais, principalmente petróleo, a tendência é que a espoliação do país leve a maioria da população a mais fome e miséria, podendo fazer com que ao povo se levante contra os testas de ferro colocados no governo para ajudar o imperialismo a rapinar o país ainda mais.