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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Direito de organização

Apoio total e incondicional às torcidas organizadas!

Por trás da perseguição, está a tentativa de afastar dos clubes o povo organizado para melhor domínio dos capitalistas que estão de olho nas SAFs

Para a revista Zona do Agrião

A perseguição contra as torcidas organizadas agravou-se no último período. Não por coincidência, a campanha repressiva na imprensa capitalista tenha aumentado quase no mesmo momento em que o governo sancionou a chamada Lei Geral do Esporte.

Essa lei, que trata de muitos assuntos relacionados ao esporte, dedica uma parte importante às torcidas. De forma inconstitucional, a Lei legaliza uma violação de direitos que as torcidas organizadas já vêm sofrendo na prática. Trata-se do seguinte: “A torcida organizada responde civilmente, de forma objetiva e solidária, pelos danos causados por qualquer de seus associados ou membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de ida e volta para o evento.”

O trecho acima é uma aberração jurídica porque transforma em criminosa a organização, porque um de seus membros cometeu um crime. Quem paga não é o indivíduo, mas o CNPJ da torcida. É uma verdadeira ditadura que abre inclusive uma brecha para o uso do mesmo método em partido políticos, organizações sindicais e populares.

E tudo isso, infelizmente, foi sancionado pelo governo do PT.

Mas a aberração não termina por aí: “A torcida organizada que em evento esportivo promover tumulto, praticar ou incitar a violência, praticar condutas discriminatórias, racistas, xenófobas, homofóbicas ou transfóbicas, ou invadir local restrito aos competidores, aos árbitros, aos fiscais, aos dirigentes, aos organizadores ou aos jornalistas será impedida, bem como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 5 (cinco) anos.”

Aqui, sob o pretexto da “homofobia”, do “machismo”, da “transfobia”, do “racismo” etc, estão proibindo a torcida de se expressar e de protestar.

É uma lei repressiva e ditatorial!

Na esteira da aprovação da lei, alguns acontecimentos com muito destaque na imprensa, chamaram a atenção.

O primeiro deles foi o caso do jogador Luan. Torcedores do Corinthians invadiram um motel onde o jogador estava e deram uma famosa prensa nele. A torcida não estava satisfeita com o desempenho do jogador, um dos mais caros da equipe. O Corinthians faz campanha muito ruim no Brasileirão.

O jogador não fez Boletim de Ocorrência, há poucas imagens do momento do ocorrido. Mas o caso já foi o suficiente para que a imprensa culpasse as torcidas organizadas, que sequer tem a participação comprovada na história, e exigisse a cabeça dos torcedores. A palavra de ordem é repressão e punição exemplar para os torcedores.

Não passou uma semana e outro caso serviu de pretexto para a campanha repressiva. Em jogo entre Palmeiras e Flamengo, uma jovem torcedora do Palmeiras foi morta por um estilhaço de uma garrafa que teria sido arremessada.

Como se no Brasil nunca morresse ninguém, o caso virou uma campanha para acabar com as torcidas e até mesmo com o futebol. O cinismo da imprensa colocava novamente a culpa nas torcidas organizadas, sem até hoje haver provas de quem estaria envolvido no caso.

Houve, ainda, o caso da torcida do Santos que, em protesto, lançou fogos de artifício no campo. Mais um pretexto para caluniar as torcidas. O Santos foi inclusive punido com a perda do mando de campo — que foi revertida agora — e a jogos com os portões fechados.

Todos esses casos e o destaque desproporcional dado pela imprensa capitalista revelam que há uma ofensiva contra as torcidas. A burguesia nunca gostou das organizadas. Nesse sentido, a perseguição em si não é novidade.

O que é novidade é a nova situação política do futebol brasileiro. A nova ofensiva contra as torcidas tem a clara intenção de desmontar essas organizações populares para facilitar o domínio dos capitalistas que querem tomar posse dos clubes brasileiros com a instituição das SAFs (Sociedade Anônima de Futebol).

As torcidas organizadas são um grande problema para os parasitas que querem lucrar à custa dos clubes. As torcidas são um elemento ativo de cobranças, protestos, exigências e os capitalistas não querem isso. A presença delas torna o investimento de alto risco. Imaginem só se os torcedores decidem invadir um motel de luxo onde está algum capitalista dono de uma SAF?

Esse é o pano de fundo dessa nova ofensiva contra as torcidas organizadas.

É preciso defender de maneira irrestrita e incondicional todas as torcidas organizadas. Não devemos aceitar nenhum pretexto moral, como querem fazer na imprensa, que sirva como justificativa para a repressão. O povo tem o direito de livre expressão e tem o direito de livre organização. As torcidas são parte do povo e devem ter esse direito totalmente garantido.

Os clubes são patrimônios do nosso futebol, nosso futebol patrimônio da nossa cultural, e as torcidas patrimônios dos clubes.

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