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"Bolinha de papel do Serra"

Agressão a jornalista da Globo é mais uma farsa e provocação

Remetendo ao famoso episódio da "bolinha de papel" de José Serra, imprensa tenta forjar um fato político para temperar sua campanha contra a Venezuela

Durante a visita do presidente venezuelano Nicolás Maduro ao Brasil, a imprensa golpista brasileira protagonizou mais um episódio ridículo para sua história. Uma espécie de reedição do famoso episódio da bolinha de papel de José Serra de 2010.

Manchetes como VÍDEOS: Veja o momento em que jornalista da Globo leva soco de segurança de Maduro ou Jornalistas são agredidos por seguranças de Maduro e agentes a serviço do GSI; Itamaraty e GSI lamentam, por exemplo, davam conta de que nosso vizinho lobo mau e que odeia a imprensa livre estaria envolvido numa demonstração explícita de violência contra profissionais brasileiros.

Qual não foi a surpresa de quem se deu ao trabalho de assistir aos registros do momento, afinal o que não faltavam no momento eram câmeras em torno de Maduro, então de acordo com as manchetes, o ato de violência estaria flagrante. Para quem conhece minimamente como atua a imprensa golpista, na verdade, não há surpresa alguma no fato de que não só não há nenhum jornalista sendo realmente agredido, como a própria horda de empregados do monopólio das comunicações é registrada provocando e avançando sobre os seguranças em plantão.

Maduro encontrou a imprensa no saguão do Palácio do Itamaraty e deu uma curta entrevista em meio a barulho provocado pela própria imprensa. Destacou bastante os consensos alcançados com o governo brasileiro, o importante papel da América Latina no momento atual, pois, segundo ele, “O mundo está mudando, o mundo está avançando rumo a um mundo multipolar”. Em seguida, ele é cercado e se forma uma aglomeração de gente da imprensa, mas ele continua respondendo tranquilamente, mesmo enquanto já se escutam gritos provocadores. Ao sair do Palácio e seguir para uma área inacessível para a imprensa, jornalistas avançaram e alguns invadiram a área, sendo retirados enquanto outros armavam um “escândalo” em frente ao acesso ao local.

No meio disso teriam acontecido duas supostas agressões, coincidentemente contra dois funcionários da Globo. Um repórter homem teria sido “arrastado pela roupa e depois imobilizado” e em seguida a repórter Delis Ortiz teria levado um soco, “segundo relato da própria jornalista”, como informa um vídeo publicado pela Bandeirantes. Com tanta imprensa reunida no mesmo lugar, é realmente impressionante que nenhuma das duas agressões tenha sido registrada. Ao contrário da ação dos jornalistas, que está, essa sim, bem registrada nos vídeos divulgados pela própria imprensa golpista.

Bem distantes do presidente venezuelano, na verdade, avançando na direção oposta, um enorme grupo de jornalistas partiu para cima de um segurança que teria supostamente agredido o tal repórter. Empurrando um cordão formado pelos seguranças, eis que surge nas imagens uma “vítima” da violência, conforme denúncias feitas imediatamente pelos próprios jornalistas que aparecem em vídeo. O interessante é que fica bastante claro que, na verdade, é uma jornalista quem aparece agredindo um segurança, que está de costas. Logo após olhar para trás e certificar-se que está sendo filmada, ela agride o segurança com seu microfone e em seguida agarra seu braço. Ao tentar se desvencilhar, o segurança passa a ser acusado de agressor aos berros por ela e pelo coro de jornalistas.

Esse é o registro que existe e que tem sido divulgado como “prova” de agressão à jornalistas relacionada à equipe de segurança de Maduro. Ao invés de implicar o herdeiro político de Hugo Chaves, os registros deixam claro que o grupo que avançou em cima primeiro de Maduro e depois de seus seguranças, que claramente não integravam a escolta do venezuelano, estava procurando criar um conflito a todo custo. O episódio foi claramente uma provocação organizada para engrossar o caldo de manchetes atacando o governo venezuelano, que procura manter alguma independência política em relação ao imperialismo, em especial o norte-americano.

Para combinar com o rótulo de “ditador”, nada melhor do que um entrevero com os mensageiros da verdade da burguesia, especialmente envolvendo uma mulher, pois além de sensibilizar quem nem assistiu ao episódio ainda conquista apoio dos setores mais desnorteados da esquerda. Mais uma oportunidade para a direita e a extrema-direita fazerem propaganda contra o governo venezuelano, que se recusa a se ajoelhar para os Estados Unidos. Diante da encenação, esquerdistas como Sâmia Bonfim (PSOL) e Maria do Rosário (PT), por exemplo, se manifestaram em defesa da tal “liberdade” da imprensa.

Para quem não acompanhou na época, vale a pena assistir os vídeos do famoso episódio da “bola de papel” que atingiu o tucano José Serra nas eleições de 2010. Uma reportagem do SBT na época conta que “José Serra cancelou compromissos no Rio depois de ser atingido por um objeto não identificado durante um conflito entre militantes do PT e do PSDB”. Teria sido um meteoro, um disco voador ou pelo menos uma pedra? Para azar do tucano, as imagens são claras até demais e até a reportagem tem que admitir se tratar de “um objeto branco, que parece uma bola de papel”. Daquelas que as crianças jogam umas nas outras na escola.

Em seguida, o narrador relata que Serra “recebe um telefonema e logo em seguida leva a mão à cabeça, que não tem um ferimento aparente”. Um repórter na rua fala em seguida que “José Serra se sentiu mal e chegou a ser atendido numa clínica e no hospital particular, os médicos recomendaram repouso”. O circo da reportagem é completado por um médico que teria feito uma tomografia para avaliar o estado de saúde de Serra. Talvez esse episódio tenha ensinado à imprensa golpista e por isso na atual armação contra Maduro, a suposta ação fica justamente de fora dos registros, ficando apenas os relatos, repetidos à exaustação pelo monopólio das comunicações. Quem não conhece a Globo, que fique ao seu lado.

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