Repressão

Quando se trata de censurar, Estado burguês é super efetivo

Basta que uma pessoa levante um dedo para questionar o judiciário que os famigerados ministros trabalham como nunca

Alexandre de Moraes

Neste último período temos visto uma série de atitudes de censura por parte do Estado brasileiro, sobretudo pelo judiciário, mais especificamente pelo Supremo Tribunal Federal.

Essas atitudes têm como gancho as eleições brasileiras, as quais serviram como pretexto para todo tipo de censura, primeiramente sobre setores minoritários do bolsonarismo e, em seguida, na extrema esquerda, com o cancelamento das redes do PCO.

A imprensa, por sua vez, tem um papel fundamental nisso. Como porta-voz da burguesia, apoia com unhas e dentes a censura imposta pelo Estado, tentando justificar essas ações com a desculpa de que isso seria necessário para a “defesa da democracia” e outras baboseiras que têm sido repetidas incansavelmente na esquerda pequeno-burguesa durante as últimas semanas.

Em matéria exaltando a atuação do judiciário, o portal Folha de SP afirma que “O balanço entre especialistas é que a operação do tribunal tem servido para corrigir omissões nos acordos de cooperação com as empresas, insuficientes para lidar com a onda de manifestações a favor de um golpe de Estado no Brasil. A expectativa é a de que a atuação da corte permaneça firme até 31 de dezembro.”

Ou seja, as empresas privadas deveriam agir por cima da lei dos países e censurar seus usuários que supostamente publicaram notícias falsas ou ameaçaram instituições democráticas.

Foi o que ocorreu com o Partido da Causa Operária, que, em meados de junho deste ano, teve todas as suas redes sociais bloqueadas por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes, sem motivo aparente. Há algumas semanas, diversas redes sociais afirmaram que as determinações do STF para o bloqueio não são claras e que o motivo pelo qual elas foram bloqueadas é, muitas vezes, algo legal — outra declaração foi que o STF deveria apresentar quais as exatas publicações que ferem a lei brasileira, pois apenas bloquear as redes pode ser caracterizado como uma medida de censura prévia.

É evidente que Alexandre de Moraes e o STF não ligam nem um pouco para todos esses fatores apresentados, tanto que a resposta deles foi o não desbloqueio das redes do partido, isso porque as redes supostamente não teriam apresentado nenhum “argumento minimamente apto a desconstituir os óbices apontados”.

Os bolsonaristas

A “eficiência” do judiciário foi novamente demonstrada quando bolsonaristas fecharam diversas estradas do País, contestando o resultado das eleições e pedindo intervenção militar, entre outras reivindicações.

“O volume de mensagens de caráter golpista começou a crescer na internet assim que a derrota de Jair Bolsonaro (PL) se desenhou na apuração de votos. Nos dias seguintes, quando estradas foram bloqueadas, o TSE derrubou 70 grupos do WhatsApp que pediam intervenção militar.”, afirmou a matéria da Folha.

“O WhatsApp passou a identificar grupos semelhantes e a avaliar o banimento de forma proativa. No Telegram, a corte eleitoral determinou a retirada de dezenas de grupos, que se somaram a cinco já excluídos antes da eleição, que reuniam quase 600 mil pessoas. Sozinha, a empresa não moderou conteúdo”, continuou o artigo.

Fica evidente que, quando se trata de seguir determinações da burguesia, o Estado burguês não perde tempo. Nunca se viu um judiciário tão ativo para “fazer o seu trabalho” no meio de milhares de pessoas aguardando julgamento para entrar nas prisões ou milhares de processos contra direitistas arquivados e parados.

Milhões de pessoas estão passando fome, a inflação é enorme, a violência é crescente e a crise política se acirra — mas nada disso importa, a coisa de todos os problemas do País são os grupos bolsonaristas no WhatsApp que ficam espalhando notícias falsas e ofensas aos ministros do STF.

Reprimir os bolsonaristas só serve como um pretexto para reprimir o resto da população, inclusive — e, sobretudo — reprimir a esquerda. A imprensa apoia e continuará apoiando na medida que toda a instabilidade no País seja suprimida e que bolsonaristas sejam escondidos, assim como esquerdistas se acanhem em seus cantos, sem ousar falar algo contra o Estado ou fazer algum tipo de manifestação pelos direitos da população.

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