Nesta semana, a revista porta-voz do golpe de Estado em 2016 e responsável pelo ascenso da extrema direita, a revista Veja, vem dando grande destaque à possibilidade de formação de uma federação entre o PT e o PSB.
A revista golpista tem publicado matérias que colocam as recentes pesquisas eleitorais fraudulentas mostrando a diminuição da diferença entre o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro. Numa clara defesa da unidade entre o PT e o PSB, a revista vem propagandeando que é necessário o PT entrar em acordo com o PSB e, como isso, abrir mão de suas principais candidaturas aos estados para favorecer o PSB.
Em trecho da publicação, diz “Em sua saga por aliados com o objetivo de fortalecer sua candidatura nacional, Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, tem enfrentado alguns obstáculos. O mais recente deles veio de Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, até então o partido mais cotado como casa do vice na chapa de Lula”.
Todos sabem quais são as exigências do PSB: abrir mão da candidatura de Fernando Haddad em São Paulo, de Humberto Costa em Pernambuco e agora, de Fabiano Contarato no Espírito Santo. Em todos estes estados, os petistas estão bem colocados nas pesquisas eleitorais.
Essa tentativa de aliança está somente prejudicando a candidatura de Lula. Isso porque está se alongando muito e servindo para ataques contra a candidatura petista a presidência. Essa demora proposital está atravancando a campanha a candidatura de Lula. O mês de fevereiro está se encerrando e essa “aliança” com o PSB está desgastando a militância, semeando ilusões e impedindo a mobilização popular em torno de Lula para a campanha eleitoral.
Fica evidente que todas as imposições do PSB ao PT para fechar a chapa presidencial serve apenas para prejudicar a candidatura de Lula e o PT nos estados, e não é por acaso que a imprensa golpista vem dando grande destaque e os órgãos de pesquisa eleitoral vem mostrando a redução da diferença entre Lula e Bolsonaro para forçar setores do PT a aceitar essa aliança que somente vai prejudicar o partido dos Trabalhadores.
E toda essa enrolação para tentar uma aliança com um partido irrelevante que possui um amplo setor golpista e neoliberal que não vai resultar em nenhum benefício para o PT e as eleições de Lula. Todos sabem que há uma grande parcela do PSB que apoiou o golpe e está de “namoro” com o ex-juiz golpista e candidato a presidência Sérgio Moro, como o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Outro ponto contra essa aliança é a tentativa de salvar o PSB com o capital eleitoral petista. Para vencer a cláusula de barreira é o PSB que precisa do PT e não o contrário, sendo dessa forma uma maneira de “limpar a barra” de um partido apresentado como de esquerda, mas profundamente golpista e com ligações com a burguesia golpista. Não há motivos para se prender ao PSB e ouvir exigências esdrúxulas de um partido que foi a base do golpe em 2016 e dos recentes ataques aos trabalhadores.
É preciso se livrar dessas amarras colocadas pela burguesia e pelo PSB e iniciar imediatamente uma grande mobilização popular nas ruas em torno da candidatura de Lula para as eleições que estão por vir. A burguesia não quer mais o PT no governo e qualquer ilusão em torno desse apoio somente serve para prejudicar a campanha de Lula e favorecer a manutenção do regime golpista.