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Burguesia à extrema-direita

Polarização leva bolsonaristas a dominarem PSDB, que se fragmenta

David Uip, figura importante do PSDB, declarou, nesta quarta-feira (02), sua saída da legenda, alegando que o partido está em um processo de "bolsonarização"

Nesta quarta-feira (02), o infectologista David Uip anunciou a sua saída do PSDB após 27 anos dentro da sigla. O tucano que, antes de ocupar o cargo de secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde coordenou, durante a pandemia, o Centro de Contingência contra a covid-19, afirmou que sua decisão vinha em decorrência da “bolsonarização” do partido segundo coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo.

David não era qualquer figura dentro do PSDB. Se consagrou como a maior referência do partido na área da Saúde, tendo sido assessor especial do governador Mário Covas e secretário da Saúde do tucano Geraldo Alckmin. Nesse sentido, sua saída da sigla é ainda mais um exemplo da pulverização completa do centro político, representado principalmente pelo PSDB e seus membros.

Não é à toa que, para sobreviver, o PSDB está sendo obrigado a entrar em uma Federação Partidária com o Cidadania. Simplesmente porque, dado a sua imensa perda eleitoral no pleito deste ano, não conseguirá ultrapassar a cláusula de barreira, medida antidemocrática que serve exatamente para diminuir o número de partidos no Brasil, tornando a legislação eleitoral cada vez mais antidemocrática.

Fato é que o imperialismo está em crise, uma das maiores de toda a sua história. Com isso, a polarização tende a aumentar de maneira acelerada, basta ver o cenário político na França, na Suécia e, de maneira geral, em todo o mundo para confirmar essa tese. Logo, o centro político, representado pela ideologia mais atrelada ao capital financeiro, se desmancha, já que a direita vai à extrema-direita e a esquerda à extrema-esquerda.

No que diz respeito ao PSDB, é natural que a maioria de seus membros caminhe cada vez mais para a extrema-direita, ou seja, para o bolsonarismo, do que o contrário. Afinal, é um partido composto pelo que há de mais neoliberal no Brasil, ideologia número um no que diz respeito ao ataque aos direitos da classe operária. Entretanto, a polarização no próprio PSDB se manifesta de duas maneiras distintas: saindo, ou permanecendo na legenda.

A primeira alternativa representa, necessariamente, a redução do tamanho do PSDB e, ao mesmo tempo, a perda de sua importância política já que a maioria da burguesia, se deslocando à direita, para de apoiar o centro. Já a segunda é justamente a causa da reclamação de David Uip, da “bolsonarização” do PSDB: os setores que permanecem dentro do partido acompanham a tendência exterior da direita majoritária mas, por algum motivo particular, não declaram as suas saídas.

De qualquer maneira, é o bolsonarismo – a extrema-direita – que se fortalece. Seja fora, seja dentro do PSDB, setores cada vez maiores da burguesia tomam para si posições cada vez mais reacionárias. Cabe à esquerda, consequentemente, acompanhar essa polarização e expressar ela mesma a radicalização da classe operária que, fora dos círculos pequeno-burgueses, de fato é real. Entretanto, faz justamente o contrário do que é necessário nesse momento da luta política no Brasil.

Ao contrário do que acredita parte da esquerda pequeno-burguesa que, à reboque da imprensa capitalista, caracterizam os tucanos como democratas em oposição a Bolsonaro, todo esse cenário de decomposição e de direitização do PSDB pode levá-lo a não apoiar as iniciativas do governo Lula no Congresso, mas sim, se aliar à oposição bolsonarista.

O caso de Eduardo Leite mostra bem isso, a esquerda lhe apoiou contra o bolsonarismo, no Rio Grande do Sul, mas, no final, ele continua no PSDB que, segundo o Uip, é um partido cada vez mais próximo a Bolsonaro. O que a esquerda ganhou com isso? Em outras palavras, apoiou um fascista que está em um partido cada vez mais fascista para, supostamente, combater o fascismo. Uma verdadeira farsa.

Temos aqui ainda mais um ponto positivo da polarização para o movimento dos trabalhadores. À medida que a luta de classes se acirra, o verdadeiro papel de cada agente político torna-se mais claro, as peças vão se encaixando. Cada vez mais, fica claro que a única oposição real na sociedade capitalista é entre a classe operária e a burguesia, só existem dois interesses de conjunto, completamente opostos um ao outro.

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