O esforço da imprensa burguesa em avacalhar tudo o que é positivo no Brasil é um caso sério. Para exaltar tudo o que vem de fora, especialmente dos países imperialistas, os profissionais da comunicação são convocados para jogar para baixo aquilo que expressa nossa cultura e nossa identidade nacional. Devido à sua importância cultural e econômica, o melhor futebol do mundo não escapa desses mercenários da desinformação.
Numa espécie de aquecimento para o que viria a se mostrar mais explicitamente na véspera e durante a Copa do Mundo no Catar, a Folha de São Paulo dedicou uma manchete em agosto para afirmar que mais da metade dos brasileiros não estava interessada num dos maiores eventos esportivos do mundo. Justamente um evento onde os atletas brasileiros são os mais admirados e nossa equipe figura sempre como favorita.
Para respaldar uma afirmação tão bizarra, o jornal faz uso do seu instituto de pesquisas, o Datafolha. Nada melhor do que um mecanismo supostamente científico para respaldar o que se deseja empurrar goela abaixo para a sociedade. Segundo o instituto, 51% dos entrevistados não estavam interessados na Copa do Mundo, numa evolução negativa desde a Copa da França em 1998. O problema é que, quando essa matemática é contrastada com a realidade cotidiana, ela simplesmente não se sustenta.
Os jogos do Brasil nessa Copa visivelmente mobilizaram o conjunto da população. No jogo de estreia, a cidade de São Paulo travou com as pessoas tentando correr do trabalho para casa, bar ou onde fosse para torcer pela Seleção. Mesmo aqueles que normalmente não acompanham jogos de futebol têm o costume de parar para assistir e torcer, pois se trata de um evento importante para a cultura nacional. O Brasil é o único país pentacampeão do mundo e isso é motivo de orgulho para a esmagadora maioria das pessoas.
O cenário retratado pela imprensa golpista busca, na verdade, afastar as pessoas dessa paixão nacional. Uma paixão que traz características que desagradam a burguesia vendida do país, como a valorização do nosso povo, sua criatividade, sua altivez frente a adversários de países que mandam no mundo. É o momento onde o brasileiro se vê como um povo especial, que tem grande valor e potencial. Trata-se de um exercício espontâneo de valorização do que é nacional.
Como este Diário não se cansa de expor, os institutos de pesquisa da burguesia não são instrumentos neutros, que refletem meramente a aplicação de métodos científicos ou o que quer que seja. Sua função não é medir, mas influenciar a opinião. Pouco após a divulgação dessa pesquisa, estava aberta a acirrada campanha eleitoral. O resultado do primeiro turno, especialmente para a presidência, serviu para expor que os institutos de pesquisa estavam atuando para esconder os dados corretos e interferir no voto.
Ao longo dos anos, uma gigantesca quantidade de propaganda tem sido feita para mostrar que os brasileiros não amam mais o futebol e que a juventude brasileira está mais preocupada com outros esportes e atividades. No entanto, fora das páginas dos monopólios das comunicações, no mundo real, a paixão do brasileiro pelo futebol segue acesa, e nosso jogo segue sendo o melhor do mundo, aquele que encanta mundo afora os apaixonados pelo esporte mais popular do planeta.