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Não deixar governar

Holiday exprime qual será a política da burguesia no governo Lula

Pouco antes do resultado das eleições, que definiu Lula como o novo presidente do Brasil, Fernando Holiday, do MBL, reproduziu célebre frase golpista de Carlos Lacerda

A contragosto da burguesia, Lula foi eleito presidente do Brasil neste domingo (30) após a votação mais acirrada de toda a história da República brasileira. Sua eleição não representou somente a vitória de Lula, tampouco do PT, mas sim, de um amplo movimento de massas que, pintando as ruas de vermelho, derrotou a burguesia e pôs um freio em seu avanço golpista de mais de uma década.

Pouco tempo antes do resultado do pleito, Fernando Holiday, fascista de carteirinha e membro do golpista Movimento Brasil Livre (MBL), publicou, em seu Twitter, a seguinte frase: “Se Lula se candidatasse, não poderia ganhar; se ganhou, não pode assumir; se assumir, não pode governar!”. Uma reedição da célebre frase de Carlos Lacerda acerca de Getúlio Vargas.

A comparação é muito oportuna, talvez até mais do que o próprio Holiday imaginava dado seu rebaixado nível intelectual. Lula tem, de fato, se apresentado como o próximo Vargas no que diz respeito a sua tendência de reindustrializar o Brasil que, após sofrer as consequências do golpe imperialista, teve seu parque industrial quase que extinto. Em seu primeiro discurso como presidente eleito, por exemplo, o petista afirmou que esse é um de seus objetivos, ressaltando ainda mais que é o candidato da luta anti-imperialista.

Entretanto, acima da própria figura de Lula, o tweet de Holiday parece exprimir o posicionamento de parte da burguesia no que diz respeito ao tratamento que dará ao novo governo petista. Aqui, é preciso lembrar que a colocação de Carlos Lacerda se deu nas eleições presidenciais de 1950, quando Vargas concorria não como o candidato da burguesia imperialista, mas sim, da defesa dos interesses nacionais. Não é à toa que, 4 anos depois, suicidou-se em um episódio profundamente obscuro da história nacional que, ao que tudo indica, foi planejado pelos próprios Estados Unidos.

Seria essa, então, a consideração da burguesia em relação ao governo de Lula? Ao que tudo indica, apesar da diferença dos momentos históricos, sim. De maneira geral, a burguesia não quer deixar Lula governar. Este se colocou, nas eleições deste ano, de maneira muito similar às eleições de 1989, uma das versões mais progressistas de Lula. Tanto é que, até o momento, manteve firmes as suas reivindicações à esquerda como, por exemplo, o fim do teto de gastos.

Nesse sentido, caso governe conforme planeja, ou seja, considerando em primeiro lugar os interesses dos trabalhadores brasileiros, a burguesia seria alvo de um grave ataque. Afinal, os capitalistas se sustentam por meio do massacre da classe operária. Consequentemente, caso Lula defenda as reivindicações do povo, devolvendo-lhes os direitos que lhes foram retirados, prejudicará a burguesia, algo que, nesse momento de crise generalizada do capitalismo, é inaceitável.

Portanto, tentará, por meio de seus métodos consagrados de corrupção, golpe e tudo que o valha, controlar o governo de Lula, empurrando-o cada vez mais à direita. A imprensa burguesa, por exemplo, por meio da Folha, do Estadão e de outros, já iniciou a campanha de que Lula deveria ceder ao centrão e, além disso, adotar uma política fiscal profundamente reacionária.

O problema para os capitalistas é que, até o momento, Lula vem se apoiando na classe operária e em sua mobilização, foi isso que o elegeu. A tendência é que, em seu governo, isso continue e se intensifique ainda mais. Será mais difícil do que nunca, por conseguinte, colocar o presidente eleito à direita, sobrando, então, ações mais enérgicas por parte da burguesia – leia-se tentativa de golpe e afins.

Mas, até o momento, nada indica que a derrubada do governo será a saída escolhida pela burguesia. É uma situação que deve se desenvolver com o passar do tempo, mas que, em algum momento, deverá ter um desfecho mais definitivo. Afinal, a crise do capitalismo não irá simplesmente se desmanchar. Será necessária uma intervenção muito mais agressiva para solucioná-la.

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