O governo Joe Biden segue com sua atividade agressiva contra os países atrasados que procuram ter alguma autonomia política no mundo. Por conta de suas extensões territoriais e atividades econômicas em zonas de influência locais, Rússia e China têm sido cada vez mais provocadas pelo imperialismo. A provocação mais destacada recentemente foi a tentativa de inserir a Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que significa na prática instalar bases militares para livre atuação do imperialismo numa fronteira muito próxima à capital russa.
Após o fracasso dessa tentativa de ampliar o cerco imperialista à Rússia, a Ucrânia rompeu os Acordos de Minsk e atacou as regiões autônomas de Lugansk e Donetsk. Tratam-se de duas Repúblicas Populares na região do Donbass, de maioria de população russa, criadas para resistir às perseguições sofridas por essa população a partir do golpe de Estado apoiado pelo imperialismo em 2014. Diante dos acontecimentos recentes, o presidente russo Vladimir Putin anunciou o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk em relação à Ucrânia.
O que tem sido tratado pelos monopólios da comunicação como uma agressão não passa de uma manobra defensiva e, inclusive, democrática, pois atende a decisões dos povos que habitam a região do Donbass. Cabe lembrar que o desejo expresso pelas populações das duas Repúblicas Populares em 2014 era se juntarem à Federação Russa, o que não foi aceito na ocasião por conta também da pressão do imperialismo. Porém as atuais demonstrações de debilidade na dominação imperialista, sendo a mais importante a vitória do Talibã no Afeganistão, favoreceram a necessária ação do governo russo.
Enquanto anunciam mais sanções econômicas contra Rússia, Donetsk e Lugansk, os países imperialistas europeus e o imperialismo norte-americano empurram a Ucrânia para um possível conflito armado na fronteira russa. Uma espécie de guerra por procuração que não tem nenhuma preocupação com o povo ucraniano, nem com uma farsesca defesa da “integridade territorial” do país, nem com qualquer outra justificativa que a imprensa burguesa propagandeie. O estrangulamento econômico da Rússia faz parte dos objetivos do imperialismo, em especial o norte-americano, para controlar mais profundamente a Asia.
O imperialismo norte-americano se impõe sobre o imperialismo europeu para acentuar as provocações contra a Rússia, que mantém importantes relações econômicas com os países europeus. O destaque fica para o fornecimento de gás natural, combustível essencial para o continente europeu e consumido num volume gigantesco. Cerca de um terço do gás natural enviado pela Rússia passa justamente pela Ucrânia.
Em meio a tantos esquerdistas alinhados com o imperialismo, é preciso deixar claro que é dever da esquerda se posicionar em defesa do povo russo e ucraniano contra a sanha intervencionista dos países imperialistas. Em primeiro lugar, o respeito à autodeterminação dos povos do Donbass, idealmente evitando uma guerra na Ucrânia. Em caso de guerra, apoio decidido a Rússia, Donetsk e Lugansk. Abaixo o imperialismo e seus fantoches na Ucrânia!