A Polícia Militar do Rio deu três tiros pelas costas de Ruan do Nascimento, um morador da favela da Barreira do Vasco, enquanto ele estava indo cortar o cabelo. Sem qualquer motivo, a polícia assassinou mais um negro, deixando claro que é um poder inimigo do povo.
O assassinato ocorreu sexta-feira, por volta das 18h30. A polícia entrou atirando na favela, como faz com grande frequência, o que apenas demonstra a necessidade de extinguir este braço fascista armado do Estado.
Ruan, que foi o morador assassinado, era membro da Força Jovem, torcida organizada do Vasco, e recebeu homenagens póstumas antes do jogo contra o CSA, ontem. A polícia – tanto a civil, quanto a polícia militar e a polícia federal – é uma máquina de assassinar pretos, pobres e favelados, são verdadeiras milícias armadas e organizadas pelo Estado burguês.
Contra elas, é preciso organizar a autodefesa dos trabalhadores. O povo tem de ter o direito de se armar para se defender das atrocidades cometidas pelo Estado e pelos inimigos da população; além disso, é preciso mobilizar o povo contra a polícia, pela sua extinção, visto que se trata de uma organização cuja única função é oprimir e perseguir os trabalhadores.
A “desmilitarização” não muda absolutamente nada, visto que continua se tratando de uma milícia inimiga do povo, que recebe treinamento especializado para exterminar os pobres. A polícia é a instituição mais racista que existe – é um racismo real, que consiste em matar os negros, não um racismo baseado numa moral pequeno-burguesa, segundo o qual, tais ou quais palavras “ofenderiam os negros”.
Tendo isso em vista, é preciso defender, não, a desmilitarização da PM, mas, isso sim, o fim da polícia e de todo o aparato repressivo do Estado. A segurança dos trabalhadores deve ficar a cargo dos próprios trabalhadores, armados e organizados em bairros, de modo algum pode ficar a cargo do Estado, que é controlado pela burguesia e, portanto, pelos inimigos mais ferozes de toda a classe operária.
O fim da polícia e de todo aparato repressivo do Estado é uma demanda real tanto da classe trabalhadora de conjunto, quanto do povo negro em particular, que é a principal vítima da opressão do Estado. A polícia é uma organização fascista, totalmente inimiga do povo; ao defender a “desmilitarização da PM” ou que se dê “cursos antirracistas” para estes verdadeiros monstros, ao invés de defender o seu fim, está se defendendo os maiores inimigos do povo.
Por isso os marxistas, tal qual Trótski, defendem a formação de Comitês de Autodefesa, o armamento do povo, o fim da polícia e de todo aparato repressivo do Estado. A segurança dos trabalhadores deve ser organizada pelos seus próprios Comitês de Autodefesa, não pelo Estado burguês, cujo único interesse, neste caso, é defender a propriedade privada (isto é, trata-se de um interesse reacionário).