O atual presidente do PT-SP, ex-presidente da CUT e atual deputado estadual eleito, Luiz Marinho, foi convidado a ser Ministro do Trabalho pelo presidente eleito Lula, tendo aceito o convite.
Atualmente, o Ministério do Trabalho acumula a pasta da Previdência Social, que no novo governo será desmembrada e será ocupada por outro ministro ainda a ser definido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão de que a pasta do Ministério do Trabalho seja ocupada por um sindicalista e da mais importante central sindical do país, a CUT, é acertada. E que não por outra das falsas centrais, sem compromisso efetivo com os trabalhadores, com políticas pelegas e farsescas, como é o caso da Força Sindical e outras, que vivem da exploração dos trabalhadores em causa própria, que beneficiam mais as empresas capitalistas que os trabalhadores. Fato amplamente conhecido pelos trabalhadores no Brasil.
Tendo à frente do Ministério do Trabalho uma pessoa ligada às lutas dos trabalhadores, será mais promissor que o governo possa adotar políticas que visem melhorar as condições de vida e os direitos trabalhistas.
A legislação foi mudada com o golpe de estado em 2016 para favorecer as empresas e colocar os trabalhadores em regime de quase escravidão, com jornadas exaustivas, riscos de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, com baixos salários, enquanto as empresas em meio à enorme crise continuam a aumentar os lucros. Nessa política os trabalhadores perdem muito e as empresas ganham muito, muito mais. É preciso reverter esse quadro desastroso que penaliza os trabalhadores.
Com um político conhecedor das dificuldades da luta dos trabalhadores, haverá menos desgaste político para alcançarmos uma posição minimamente digna para a classe. Embora saibamos que a luta política do capital contra o trabalho vá ser muito intensa nesse novo governo, que sem tomar posse já conta com enormes campanhas pela imprensa e burguesia para tentar controlar e limitar a ação desse novo governo, que tem um presidente verdadeiramente vindo do mundo do trabalho e da classe mais pobre.
Entendemos que os trabalhadores não podem esperar o governo decidir o que é melhor para eles. É preciso que os próprios trabalhadores digam ao governo o que querem que seja feito. Para isso é preciso pressionar as direções sindicais para discutir e deliberar nas bases a pauta de reivindicações e levar essa pauta e cobrar que sejam aplicadas sob pena de serem iniciadas greves reivindicando a atuação do ministério e do governo para que seja colocada em prática essa pauta.
É necessário lutar pela jornada de 35 horas semanais sem corte de salários, para que todos os desempregados possam voltar a ter emprego. Lutar para que as empresas disponibilizem creches para todos os filhos dos trabalhadores. Por salários iguais para funções iguais.
Lutar também pelo salário mínimo que garanta dignidade e direitos básicos, como o do Dieese, que atualmente é de cerca de 6.5 mil reais. Por um gatilho salarial que dispara automaticamente assim que a inflação chegue a, por exemplo, 4% no ano. Que a aposentadoria seja concedida com 35 anos de contribuição sem mais critérios e aos trabalhos mais penosos menor tempo, como é o caso dos professores, dos que tenham atividades insalubres e periculosas.
A garantia que essa pauta possa ser aplicada pelo governo só ocorrerá com a total mobilização dos trabalhadores em atos nas ruas, inclusive com a defesa do governo perante os ataques ferozes que a burguesia está preparando para esse novo governo do PT. Precisamos nos mobilizar para defender o próprio governo e o Lula, para que não seja novamente enviado para as masmorras do Estado burguês e voltemos a outro governo golpista e de aumento da miséria dos trabalhadores e enriquecimento maior dos já muito ricos empresários milionários.