Após tomar um choque de realidade com o primeiro turno, onde Bolsonaro atropelou a concorrência nas eleições governamentais e legislativas, e a ilusória vitória no primeiro turno passou longe, parece que a campanha do PT finalmente começou a virar à esquerda.
Lula fez atos impressionantes no sudeste, começando no ABC paulista, depois em Belo Horizonte e por fim na Baixada e no Complexo Alemão no Rio de Janeiro. Foram atos populares, sem cercadinho, detecção de metal, proibição de bandeiras e todas os bônus que vieram junto com a aliança com Geraldo Alckmin e muitos outros políticos e partidos golpistas. Em São Paulo Lula começou acenando para sua base mais importante, os operários de onde nasceu o PT e o próprio Lula como político. No Rio, Lula esteve abraçado com o povo nas zonas mais pobres. Bolsonaro venceu na Baixada Fluminense, isso deu ainda mais importância para a presença de Lula no local. Em todos esses atos, um verdadeiro mar vermelho inundou as cidades, apesar dos infiltrados na campanha do PT aconselharem a militância do partido a irem de branco ou qualquer outra cor.
Depois do Sudeste foi a vez do Nordeste, onde os atos foram ainda mais impressionantes. No mesmo dia em que esteve no Rio, Lula foi para Salvador, a capital baiana, demonstrando uma enorme disposição para fazer uma campanha popular. Depois Aracaju, Maceió e Recife. Lula não está poupando esforços para fazer aquilo que deveria ter feito no primeiro turno: estar nos braços do povo. Mas ainda não é o suficiente, Lula sozinho não vencerá essas eleições, precisa de toda a militância de esquerda.
O Partido dos Trabalhadores, talvez travado pelos falsos amigos da terceira via ou infiltrados internos, não está imprimindo material de campanha para panfletar nas ruas. A militância precisa fazer o corpo-a-corpo, ir nos bairros operários, bater de porta em porta e falar com o trabalhador ou a dona de casa, convencendo-o de que Lula é a única saída no momento.
Bolsonaro conseguiu se apoderar de uma parte do eleitorado mais pobre que tradicionalmente vota na esquerda. Lula no Rio de Janeiro só ganhou na Zona Sul e no começo da Zona Norte, perdendo em quase todos os bairros da Zona Oeste, Zona Norte e municípios da Baixada. Mas a situação pode ser revertida. Lula ter ido para o Complexo do Alemão foi muito importante para dar o tom da campanha para a militância petista, mas seu partido precisa agora dar os meios.
Também não podemos ficar à espera do PT. O PCO, por exemplo, está distribuindo uma primeira leva de um milhão mil panfletos chamando o povo a votar em Lula, assim como está realizando uma campanha financeira para imprimir muitos outros. Todo militante deve cobrar às direções de imprimir materiais e adotar outars medidas para munir-se para a campanha. PT, PCO e todo o resto da esquerda devem se juntar e ir para as comunidades e bairros operários para militar ativamente par a vitória de Lula, só assim seremos capazes de impedir a releição de Bolsonaro (fato inédito desde que Fernando Henrique Cardoso aprovou a releição).
Está na hora de dobrar os esforços e fazer o trabalho de base com o povo. O Brasil é muito grande e não podemos poupar esforços.