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Campanha imperialista

Copa do Mundo: a luta de classes mundial dentro das quatro linhas

Imprensa imperialista não tem vergonha de esbanjar cinismo contra os países atrasados

O portal na internet do jornal israelense Haaretz publicou artigo assinado por Anshel Pefeffer no dia 20 de novembro chamado “Início da Copa do Mundo: uma ótima semana para ditadores do Oriente Médio”. Ali, o autor repete todas as calúnias e mentiras da campanha imperialista contra o Catar e outros países árabes. Um evento importante como a Copa do Mundo estaria promovendo regimes ditatoriais.

A primeira acusação é a de que no Catar há uma ditadura. Se há ou não um regime ditatorial no Catar podemos discutir, mas a grande pergunta a ser feita é: por que o imperialismo só se preocupou agora com essa “terrível ditadura”? Ou por que apenas a ditadura no Catar é digna de campanha internacional?

O exemplo deveria começar em casa. O colunista critica a “violação de direitos humanos” no Catar e até a suposta morte de 6 mil imigrantes nas construções da Copa. Mas o que dizer de Israel? A impressão que temos, ao presenciar a campanha do imperialismo, é a de que ali o regime político é maravilhoso. Realmente, se for verdade que em Israel não existe assassinatos de imigrantes – permita-nos não acreditar nisso – o que é feito com os palestinos é muito pior do que qualquer coisa que a monarquia do Catar possa fazer em seu país.

É o velho cinismo imperialista. São ditaduras apenas os países inimigos, os aliados são um verdadeiro paraíso.

Outro ataque contra o Catar diz respeito ao dinheiro gasto com os estádios. Mais um cinismo. O autor acusa o Catar, essa terrível ditadura, de ter gasto cerca de U$200 bilhões para as construções da Copa. Realmente um pecado fazer campos de futebol. Mas antes de falar dos estádios, por que o autor não fala do dinheiro gasto pelos Estados Unidos, aliados de Israel, nas guerras criminosas no mundo todo? Só na Ucrânia, os norte-americanos gastaram quase U$100 bilhões. De 2011 a 2021, na chamada “Guerra ao terror”, os norte-americanos gastaram U$8 trilhões.

O autor tão preocupado com as “ditaduras no Oriente Médio” parece achar o gasto com armas para guerras e intervenções em outros países melhor que o gasto com estádios. Comparando um gasto com outro, os estádios no Catar poderiam ser demolidos após a Copa que ainda assim seriam gastos muito mais “nobres”. Sem contar que, perto das mortes causadas pelas guerras imperialistas, as supostas mortes na construção da Copa são irrisórias.

Os que reproduzem essa crítica em relação aos gastos desnecessários em estádios devem se lembrar que na Copa do Brasil, em 2014, foram feitas as mesmas críticas. Os estádios construídos principalmente na Amazônia e no Pantanal eram “elefantes brancos”. Quem entende de futebol sabe que esses estádios são muito usados hoje e inclusive desenvolveram o futebol nessas regiões.

No Catar não é diferente. Não é fato que os estádios ficarão vazios. O país é forte no turismo, os estádios podem servir para muitas atividades relacionadas a essa atividade econômica, bem como em outros grandes eventos que o país está acostumado a receber. E isso pode, inclusive, desenvolver o futebol por lá. É uma crítica sem sentido que serve apenas para atacar o governo do país.

Sobre as supostas mortes de trabalhadores na construção desses estádios, mais um cinismo. A imprensa imperialista apresenta que 6,5 mil pessoas teriam morrido nas obras, o governo do Catar desmente. Não saberemos a realidade dos números, mas podemos dizer com segurança que o imperialismo nunca se preocupou com a exploração dos trabalhadores. É puro cinismo.

O autor do artigo dispara também contra o Egito, que foi a sede da COP27. Outra terrível ditadura, acusa Pefeffer.

No caso do Egito, ainda mais do que do Catar, impossível discordar. Há uma ditadura no país. Mas o autor precisaria explicar que aquele governo é produto da ação de Israel, dos Estados Unidos e do imperialismo. Foi o imperialismo que ajudou a derrubar o governo democrático de Mohamed Morsi e da Irmandade Muçulmana ─ apoiada pelo Catar ─ e impor a ditadura atual.

O colunista do Haaretz deveria defender os direitos humanos primeiro em sua própria casa.

O que está por trás dos ataques contra a Copa no Catar não tem nada a ver com nenhuma preocupação real com os direitos humanos, os direitos dos LGBTs, dos trabalhadores, nada disso. É uma campanha cínica do imperialismo contra mais um país atrasado que não está totalmente alinhado aos interesses imperialistas.

A Copa escancara mais uma vez a luta de classes internacional. Esperamos que ao menos dentro de campo, o imperialismo saia derrotado.

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