Casagrande é o comentarista queridinho da esquerda pequeno-burguesa. Considerado “sensível” às causas dos direitos humanos, ele chora ao vivo, ataca a cultura futebolística e se especializou em ser o torcedor número 1 contra a Seleção Brasileira de Futebol. Por isso, Casagrande está sendo promovido da condição de colunista da família Frias para comentarista do imperialismo. A última do colunista do imperialismo é propor o fim da decisão da Copa. A fim de ajudar em uma “primavera árabe” contra o Irã, o comentarista do imperialismo propõe, no auge do devaneio que “o futebol deveria parar nesse momento. As seleções deveriam se recusar a jogar a final da Copa do Mundo em solidariedade a um companheiro de profissão” [1].
O “defensor da democracia” propõe que a Copa do Mundo acabe para homenagear o jogador iraniano Amir Nars-Azadani, que será punido com pena capital por traição à República Islâmica do Irã, por ter conspirado como liderança e representante dos Estados Unidos nas manifestações “em favor das mulheres” e impulsionadas pelos EUA contra o governo do Irã após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em setembro. Para Casagrande “o futebol não pode virar as costas para isso, e depende dos jogadores de futebol. Não podemos esperar nada de dirigentes da Fifa. Mas nós, jogadores e ex-jogadores, precisamos nos manifestar do jeito que cada um pode. Mas, neste momento, o poder está nas mãos de quem irá jogar a final da Copa do Mundo, no domingo (18). Será que o futebol se calará novamente? Será que campeões do mundo se unirão para pelo menos soltar uma nota pública de repúdio e em solidariedade ao Amir? Ou só se unem contra mim mesmo?”. O grande “defensor dos direitos humanos da atualidade” utiliza seu tom dramático, supostamente ingênuo, para sorrateiramente ditar ao Irã a política golpista norte-americana.
Toda demagogia do “Casão” é voltada aos interesses dos Estados Unidos, que trava uma guerra contra o Irã desde o final da Segunda Guerra Mundial e que se aprofunda neste século. O Irã é o bastião árabe não invadido pelos Estados Unidos, e sobrevive a partir de uma revolução insurgente contra o imperialismo, que visava roubar riquezas, cristianizar o país e dominar completamente a região. Assim como Cuba, o Irã, por um período, foi o território da farra norte-americana. Com a Revolução Islâmica, tudo isso acabou, o petróleo foi definitivamente nacionalizado e o país se organizou com armas de dissuasão contra a invasão dos EUA.
Entretanto, o grande “defensor dos direitos humanos” ignora que os EUA é a maior ditadura do mundo. O caso Edward Snowden é emblemático. Por ter divulgado segredos de Estado foi perseguido até conseguir asilo e cidadania russa para fugir do corredor da morte. Outra situação, ainda mais grave, é o caso de Julian Assange, que nunca pisou nos Estados Unidos, mas pode ser deportado ao país a qualquer momento por ter “traído” um país que não é o dele.
“Casão” não está nem aí para denunciar os crimes dos Estados Unidos contra as mulheres do Oriente Médio em guerras pela “democracia”, não está nem um pouco preocupado se a Dilma foi vítima de espionagem pelos EUA, que a derrubou, tampouco está preocupado com as mulheres deportadas e abusadas nas prisões femininas daquele país encarcerador em massa. O que “Casão” quer mesmo é receber o reconhecimento do imperialismo. “Casão” se especializou em demagogia futebolística e ataques contra os países atrasados, incluindo o seu próprio, o Brasil.
Referências
[1] CASAGRANDE, Walter. Futebol deveria parar por Azadani, jogador iraniano condenado à morte. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/casagrande/2022/12/14/futebol-deveria-parar-por-azadani-jogador-iraniano-condenado-a-morte.htm?cmpid=copiaecola