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Crise Imperialista

Biden visitará Japão para pressionar aliados da Mini-OTAN

Biden viaja para a Ásia para tentar tentar botar ordem na Mini-OTAN, uma peça fundamental para suas ambições contra a China

Imperialismo

O presidente dos EUA, Joe Biden, fará sua primeira visita à Ásia desde que se elegeu. Na viagem de quatro dias, agora em maio, visitará a Coreia do Sul (20) e Japão (24). O motivo principal desses encontros é tentar amarrar as pontas soltas com seus aliados no Quad, também conhecido como Mini-OTAN, composto por Austrália, Índia e Japão, além dos EUA.

Embora a função primordial do Quad seja formar uma unidade militar na região do Indo-Pacífico para pressionar a China, dois de seus participantes têm negócios importantes com a Rússia: Índia e Japão. Recentemente, a secretária de relações exteriores do Reino Unido, Liz Truss, visitou a Índia e tentou sem sucesso persuadir o governo indiano a interromper sua compra de gás e petróleo russos.

O Japão mantém projetos de petróleo e gás com a Rússia e vale lembrar que quando se formou o Quad a Coreia do Sul se recusou a participar do bloco por manter muitas relações comerciais com esse país. Naturalmente, a visita de Biden vai servir para aumentar a pressão sobre os sul-coreanos.

O fato de o conflito Rússia-Ucrânia influenciar a região do Indo-Pacífico mostra o tamanho do problema que o imperialismo tem nas mãos. Se na Europa tenta aglutinar seus aliados, na Ásia precisa unificar o Quad se pretende ameaçar a China de maneira mais contundente, mas a missão não parece nada fácil.

Várias frentes

Os US$ 33 bilhões que deverão ser enviados em armas para a Ucrânia determinam uma nova fase da participação dos EUA no confronto. Ainda que Reino Unido e Polônia estejam bastante atiçados, o fato é que a Europa não vê com bons olhos o cenário político atual e teme que uma guerra generalizada se espalhe pelo continente. Boa parte dos europeus sabem muito bem que essa briga não é deles, mas dos EUA, que estão bastante longe da Rússia. A Europa já está tendo que arcar com os primeiros sintomas do conflito: inflação, milhões de refugiados, falta de combustíveis, fuga de capitais e a crise nem bem começou.

EUA estão sempre com seus aliados: Fuga de Capitais; falta de energia; refugiados; crise de alimentos.

O mundo mal emergiu de uma pandemia que agravou muito uma economia que já vinha dando sinais de alto desgaste e uma guerra poderá ser fatal. Dificilmente os países terão fôlego para levar adiante um conflito dessa natureza. As reações já estão surgindo, na Alemanha estão sendo vistos protestos contra o envio de armas para a Ucrânia. Em março, trabalhadores italianos se recusaram a embarcar armas destinadas as ucranianos.

O imperialismo, ao mesmo tempo, não pode descuidar da Ásia, da China, melhor dizendo. Recentemente os EUA fizeram passar um navio de guerra no Estreito de Taiwan. O Japão acaba de mandar uma delegação para visitar Taiwan, nesta terça-feira, dia 3. Embora os participantes dessa delegação sejam quadros jovens do Partido Liberal Democrático (LPD). A China declarou que o país vizinho está tentando  ‘laçar a ilha delirante’. O grupo deve se encontrar com a líder regional da Ilha, Tsai Ing-wen, quinta-feira pela manhã.

O governo chinês está tratando esse acontecimento como mais uma manobra conspiracionista da estratégia Indo-Pacífico contra o continente, mas alertou que Taiwan é uma parte indissolúvel do território chinês. Uma das retóricas que EUA e aliados vêm utilizando, é de que a China se aproveitaria dos eventos no Leste Europeu para ocupar a Ilha. Mas não se trata de uma coisa nem outra, a comparação é absurda. A Rússia atacou porque foi provocada e não tem a intenção de anexar a Ucrânia. A China, por sua vez, não precisa anexar Taiwan porque esta já faz lhe pertence.

Crise imperialista

Temos assistido uma intensa movimentação do imperialismo e tudo isso é motivado pelo sucesso que a Rússia tem obtido em sua operação na Ucrânia. O assédio à Índia, a visita de Nancy Pelosi à Ucrânia para visitar Zelensky e anunciar a ajuda militar; essa visita à Ásia de Biden, são ações para tentar estancar a crise que, na verdade, só vem se agravando desde a derrota no Afeganistão.

A derrota dos EUA para o Talibã foi tão acachapante que a China se apressou a dizer para Taiwan que ela não tem como ser protegida por quem foge daquele jeito. É muito provável que Putin também tenha percebido a debilidade do imperialismo e por isso decidiu agir, os resultados, até agora, comprovam que estava certo.

A União Europeia entrou em crise com os EUA depois da retirada estabanada do Afeganistão porque ficou sem nenhuma posição importante na Ásia Central. Por isso estão sendo feitos esforços para se levar adiante golpes de Estado como no Paquistão, vizinho da problemática Índia, e no Cazaquistão, país que tem a maior fronteira com a Rússia.

Além de Taiwan, tentam desestabilizar a China insuflando o separatismo na região de Xinjiang que, além de ser um território muito grande, é justamente onde a China faz fronteira com o Afeganistão, ponto vital para os chineses estabelecerem uma rota comercial.

América Latina

Nosso subcontinente não pode ficar de fora, toda essa correria dos EUA pelo mundo não significa que se esqueceram de nós, antes o contrário. É fundamental para o imperialismo manter a casa em ordem. Dia 29 de maio teremos eleições na Colômbia e o principal candidato de esquerda, Gustavo Petro, descobriu um plano para assassiná-lo.

No Peru o governo não consegue se estabilizar e não parece ter condições de se sustentar do assédio da direita.

Aqui no Brasil, recebemos a visita, sem ter sido agendada, de Victoria Nuland, subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA. Dentre os temas tratados, falou de segurança, ou seja, quer o Brasil mais alinhado para sancionar a Rússia. Nuland elogiou o sistema eleitoral brasileiro, mais uma motivo para criticarmos e duvidarmos do modo como são feitas eleições no Brasil. Nuland foi a encarregada de orquestrar o golpe na Ucrânia em 2014.

Sistema de dominação

Como vemos, o imperialismo é um sistema global de dominação, articula ações por todos os Continentes. Isso mostra o ridículo da posição de setores da esquerda e intelectuais pequeno-burgueses que sustentaram que a Rússia é um país imperialista atacando a Ucrânia como parte de um processo de expansão.

O imperialismo está agindo agora no Leste da Europa, no Oriente Médio atacando a Síria; promove bombardeios em países africanos, orquestra golpes na Ásia, em toda a América Latina. Articula alianças militares no Indo-Pacífico. Enquanto a Rússia tenta se proteger do cerco que vem sofrendo.

O grande inimigo da classe trabalhadora, e em todos os países, é o imperialismo. Temos de ficar atentos porque sentiremos suas garras nas eleições presidenciais deste ano. O imperialismo sabe que única força capaz de derrotá-lo é a classe trabalhadora. Por isso temos de nos unificar para eleger Lula, o único candidato que unifica a classe trabalhadora, para desferirmos um golpe contundente contra nossos inimigos.

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