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Assassinatos dos negros

Atos ocorrem em todo Brasil contra assassinato de Moïse

No Rio de Janeiro, o ato aconteceu em frente ao quiosque onde ocorreu o crime, com a presença de parentes e amigos do congolês e, com a presença de milhares de pessoas

Nesse sábado ocorreram manifestações, no País inteiro em protesto a morte do congolês Moïse Kabamgabe, assassinado, a pauladas, em um quiosque na orla da praia da Barra da Tijuca, no estado do Rio de Janeiro.

Segundo declarações dos familiares da vítima, Moïse teria se dirigido ao quiosque, Tropicália, localizado no posto 8 da praia da Barra, para cobrar pagamento atrasado, no valor de R$ 200,00, de trabalho realizado e não pago pelo dono do estabelecimento.

O congolês foi brutalmente assassinado, em uma ação covarde, realizado por cinco homens, sendo que um deles, lutador de jiu jitsu, que o mobilizou, enquanto os demais aplicavam chutes e pauladas. O relatório médico aponta que a morte teria sido causada por traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, levando a vítima, com a aspiração do sangue, ter dificuldade respiratória, como em uma asfixia.

O jovem congolês residia no Brasil desde 2011, chegando ao País, junto com a sua mãe e irmãos, como refugiados políticos da República Democrática do Congo, localizado no continente Africano, um dos países mais pobres do mundo.

Chadrac Kembilu, primo da vítima, desabafa com indignação, a ação dos assassinos, onde declara: “uma pessoa de outro país que veio para o Brasil para ser acolhido. E vocês vão matá-lo porque ele pediu o salário dele? Porque ele disse: estão me devendo’?”

As manifestações ocorreram no País inteiro, em protesto contra o assassinato de Moïse.

No Rio de Janeiro, o ato aconteceu em frente ao quiosque onde ocorreu o crime, com a presença de parentes e amigos do congolês e, com a presença de milhares de pessoas que, também, com muita indignação, já que a população, pobre e negra da cidade, sofre sistematicamente a ação das Polícias, tanto federal, quanto estadual, através de assassinatos e repressão, entoavam, dentre outras, a palavras de ordem “Fora Bolsonaro e Paes Genocidas”.

Em São Paulo houve manifestação na avenida Paulista, com a concentração no vão do Masp com marcha em direção à rua da Consolação, onde os manifestantes aparecem segurando faixas, bandeiras e estandartes, pedindo justiça, “basta de genocídio do povo negro”, etc. Na Capital Federal a manifestação ocorreu na Esplanada dos Ministérios com ato em frente ao Palácio do Itamaraty. Em Porto Alegre (RS) os manifestantes pedem um basta à morte de pretos e pretas e relembra outras vítimas do racismo, com o acontecido recentemente com o assassinato de um negro, no subúrbio carioca, Durval Teófilo, a tiros, por um sargento da Marinha.

Na Capital do Rio Grande do Norte, Natal, os movimentos sociais e do movimento negro fizeram ato pedindo justiça. Da mesma forma, na Capital baiana, Salvador, os movimentos populares, principalmente os movimentos dos negros, Olodum, a Banda Didá e o Ilê Aiyê, entoaram músicas de origem africana num ato no Largo do Pelourinho, no Centro Histórico, rendendo homenagem ao congolês assassinado no Rio de Janeiro.

Enfim, de norte a sul do País a população saiu às ruas em protesto contra mais esse episódio de assassinato da população, principalmente pobre e negra que acontece no Brasil de forma avassaladora.

Sempre é bom lembrar que tais episódios acontecem praticamente todos os dias.

Quem não se lembra do caso dos seguranças do Supermercado Carrefour, que assassinaram brutalmente o trabalhador, João Alberto, dentro do supermercado em Porto Alegre, o que levou inúmeros protestos em todo o País!? Esses tipos de truculências acontecem todos os dias, onde o negro ao adentrar em um estabelecimento comercial já é tratado com desconfiança pelos patrões reacionários.

Os números de assassinatos da população no Brasil são assustadores; as forças de “seguranças” nacionais, no ano de 2020, assassinaram cerca de 6,5 mil pessoas, na grande maioria negros e pobres.  Não é por um acaso a indignação e a revolta do povo.

Uma das questões que chama a atenção, em relação ao assassinato de mais um trabalhador negro no País, no caso Moïse, são as circunstâncias que aconteceu o crime. Apesar da vítima ser negra, os agressores também o são e, em uma declaração de um dos agressores, chama mais atenção ainda, onde afirma que Moïse teria um problema com o dono do quiosque ao lado do Tropicália, que é um cabo da Polícia Militar.

As manifestações, apesar de demonstrar a indignação da população em geral ao genocídio do povo pobre e negro brasileira, se defronta com as limitações das direções dos movimentos sociais, em não identificar o quê efetivamente está por trás dos assassinatos. Tratam o problema, que diz respeito a uma política de opressão do Estado burguês, que mata a população todos os dias, que trata as pessoas como verdadeiros vermes, como por exemplo nas penitenciárias, espalhadas em todo território nacional, ocupadas na sua maioria por negros, como se fosse um problema particular. Identificam o assassinato dos negros com o tal racismo estrutural, ou seja, que todo o povo brasileiro é racista, ou coisa que o valham. Acreditam que todos somos iguais nesta sociedade divididas em classes sociais, mas que algumas pessoas vivem a ilusão de que nós não somos iguais, e que são, portanto, as pessoas é que devem ser atacadas ou reprimidas, mas não a estrutura econômica capitalista de classes.

Ao contrário disso, o racismo estrutural, com parte da política identitária, não serve senão de mais um instrumento do imperialismo, ou seja, da classe dominante em confundir a população negra e suas organizações e movimento no sentido da capitulação e da derrota.

É preciso dar os nomes aos bois. A luta do povo negro, e da população em geral, deve ser direcionada num caráter objetivo, ou seja, contra o Estado burguês opressor que, como golpe de Estado de 2016 aprofundou o caráter reacionário da direita golpista.

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