A decadência de um setor mais intelectual da esquerda, que tempos atrás até poderia possuir um caráter minimamente revolucionário, chega em um momento que tomba diante da direita e torna-se refém de seus métodos. A esquerda pequeno burguesa, através dos seus jornalistas e comentaristas, se entrelaça com a direita e faz pior: se deixa dominar por setores inimigos da classe trabalhadora, colocando na lata de lixo a sua independência política.
Em um dos momentos mais cruciais da política nos últimos anos, a burguesia através de jogadas com pesquisas eleitorais colocou todo um setor da esquerda na defensiva. Todo aquele ânimo pela possibilidade de Lula ser eleito no primeiro turno, após a “contagem” dos votos literalmente se derreteu e criou um clima de pânico. O recuo por parte da esquerda é notório, e por outro lado há um avanço na militância da extrema-direita. Se foi exatamente pensada ou não, a jogada foi perfeita: colocou um setor da militância do PT sem atuação, pois a eleição estava ganha. Agora novamente torna-se apática pois tudo “parece” estar perdido.
Este setor pequeno burguês dentro da esquerda torna-se um câncer, pois mata o movimento com suas próprias mãos, ficando escrava das políticas e manobras da burguesia, que age de maneira muito fácil com este setor. Se depender deste setor não há perspectiva de luta e a própria vitória de Lula seria a redenção, o que é no mínimo um absurdo, visto que Dilma foi eleita em 2014 e logo na sequência sofreu um golpe de estado com uma câmara bem menos direitista da que será no ano que vem.
Aqui se coloca uma condição fundamental: qualquer que seja o resultado das pesquisas eleitorais nesta próxima semana – pesquisas estas feitas por setores mais direitistas da sociedade – tem de haver uma mobilização dos trabalhadores. Um grande setor dos votos da população pobre em Bolsonaro é a expressão da raiva desta contra o regime ditatorial que sofreu durante anos. Este setor pode e deve facilmente ser convertido, visto que a expressão real da luta é a guinada à esquerda. Nada de Alckmin, nada Marcio França, nada de políticos burgueses falidos. Apenas uma política independente da burguesia pode ser a solução dos trabalhadores e qualquer ligação com este setor falido atrasará a campanha.
O que as pesquisas dizem ou deixam de dizer é pura manobra. Não há nada sem interesse na política e jamais este tipo de estatística deixaria de ter. E mais: mesmo em uma eventual vitória do Lula, a luta deve ser constante. A pressão será grande e a eleição é uma parte do processo político. Por isso que o PCO chama os trabalhadores a se organizarem pelos seus direitos totalmente independente deste setor podre. Levar a sério jargões como isso é ciência ou coisa e tal, não passa de um completo desentendimento da luta de classes que penetra todas as camadas da sociedade. Qualquer coisa pode ser manipulada, qualquer coisa pode ser comprada.
É nesse momento que se faz mais necessário que nunca convocar todos os trabalhadores para irem para a rua chamando Lula Presidente, se organizando em seus bairros e locais de trabalho. Serão mais de 2 milhões de panfletos distribuídos na reta final da campanha e todos os companheiros podem contribuir entrando em contato com o partido.