Enquanto a esquerda identitária queima estátuas e faz discursos inúteis e vazios do ponto de vista da verdadeira luta de classes, o negro em nossa sociedade continua sendo dizimado nas periferias das grandes cidades e em todos os cantos desse sofrido país. Enquanto querem queimar estátuas de personagens que morreram há 300 anos ou mais e que em nada podem influir ainda na vida política e nos destinos do povo negro e pobre desse país, essa sofrida parcela da população continua tendo a possibilidade de uma vida melhor total e sistematicamente bloqueada, como sempre foi em toda a nossa história.
Ao elegerem Borba Gato, Pedro Alvares Cabral ou Pero Vaz de Caminha como inimigos públicos do país, estão esquecendo, ou mesmo negando, que os verdadeiros inimigos são pessoas como por exemplo Sérgio Camargo, o notório presidente da Fundação Palmares, famoso e polêmico pelas atrocidades que profere contra sua própria raça. Camargo, a quem podemos comparar ao Stefhen, o negro escravo da casa grande que é um verdadeiro carrasco contra os demais escravos na fazenda Candyland, do filme Django Livre, já disse coisas execráveis como: “Sou o terror dos afromimizentos, da negrada vitimista, dos pretos com coleira. Não tenho medo deles”. Sergio Camargo nada mais é do que outro dos muitos agentes bem pagos da burguesia nacional a serviço do imperialismo.
Lutar contra estátuas e não combater figuras desprezíveis como Camargo não é uma ação séria, se o que se propõem é a busca por um caminho viável que possa resolver a situação calamitosa do negro nesse país. E por que incinerar estátuas não representa nada, nem nunca vai resolver nada dos problemas que afligem o negro no Brasil? Porque a luta dos identitários não é contra o poder atual, é uma luta inútil contra símbolos. E símbolos erroneamente eleitos como inimigos tendo como base argumentos totalmente equivocados e que não condizem com o papel real de personagens como Pedro Alvares Cabral ou Pero Vaz de Caminha na história do Brasil. É inútil combater estátuas e não combater figuras horrendas como Sergio Camargo. Não se combate racismo ou opressão sem que pelo menos se saiba quais são os verdadeiros inimigos.
Apenas colocando abaixo as bases da sociedade capitalista se poderá efetivamente resolver os problemas do racismo, da miséria e da escravidão moderna a que o negro está sujeito.