Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachhin, anunciou a anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula em relação a operação golpista da Lava Jato. Essa decisão deixou a direita de cabelo em pé e forçou que a imprensa golpista novamente revelasse seu papel golpista, e em particular a Folha de S.Paulo.
A golpista Folha de S.Paulo publicou em seu editorial um artigo intitulado “A barafunda do STF”, onde de maneira bem evidente procurar criticar a decisão do STF e que há uma enorme ‘balburdia’ dentro da instituição e revela que a anulação dos processos contra Lula incomodou muito um dos principais jornais articuladores do golpe de Estado em 2016.
“Se a liminar de Fachin atentou contra a ideia de estabilidade jurídica, tampouco o juízo sobre a suspeição de Moro mereceu tratamento adequado”. ”Ao fim e ao cabo, mais confusão. Sabe-se que por ora as condenações de Lula estão anuladas; entretanto não está claro se por incompetência, suspeição ou ambas, hipótese em que teríamos outro golpe contra a estabilidade jurídica, já que ficariam abertas duas avenidas distintas para outros réus pleitearem nulidades”, diz o Editorial.
Não bastasse criticar a anulação dos processos contra Lula, a Folha de S.Paulo pede celeridade nos novos julgamentos contra o ex presidente para condena-lo novamente e retirar seus direitos políticos para que esteja impossibilitado de concorrer às eleições em 2022.
“Quanto a Lula, todas as instâncias da Justiça farão bem em dar celeridade às decisões que envolvem um candidato em potencial à Presidência que é réu em oito processos, incluindo os dois resultantes em condenações ora anuladas”, afirma.
Um dos principais apoiadores e propagandistas do golpe
O Editorial da golpista Folha de S.Paulo não deveria surpreender nenhuma pessoa que acompanha a situação politica nacional desde o mensalão durante o governo Lula, passando pelo golpe de Estado em 2016 através do impeachment da petista Dilma Roussef e da prisão política do ex-presidente Lula que inviabilizou sua candidatura e levou Jair Bolsonaro de maneira fraudulenta a presidência da República em 2018.
Um importante resgate sobre o papel golpista da Folha de S.Paulo vem desde a sua fundação, mas no processo de perseguição ao PT e ao apoio de Jair Bolsonaro a presidência, cumpriu sua tarefa golpista em particular no chamado “Mensalão”. A primeira matéria sobre o mensalão veio em 2005, no primeiro mandato de Lula, numa entrevista realizada pela Folha pelo ex-deputado e agora bolsonarista convicto, Roberto Jefferson (na época no PTB). Essa entrevista foi o pontapé inicial para uma ampla campanha de perseguição e tentativa de desmoralização do governo petista que prendeu uma série de dirigentes do partido, com ajuda do ministro do STF Joaquim Barbosa, sem nenhuma prova e baseado em insinuações ao melhor estilo da Operação golpista Lava Jato.
Também foi uma grande entusiasta com a Operação Lava Jato, e juntamente com a Rede Globo, uma das principais articuladora e propagandista das ações criminosas do juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. Vazamento de grampos, divulgação de depoimentos, apresentação de reportagens completamente mentirosas e parceira das arbitrariedades do judiciário, a Folha é uma das principais responsáveis pela perseguição ao PT, da subida de Bolsonaro a presidência e a situação atual do país de miséria, desemprego e caos sanitários em decorrência da pandemia de coronavírus.
Foram inúmeros artigos defendendo a Lava Jato, protegendo o golpista Sérgio Moro e atacando o ex-presidente Lula e defendendo a sua prisão. E nesse momento, de maneira ainda mais descarada, pede novamente que Lula seja julgado rapidamente, condenado e tenha seus direitos políticos cassados para que não haja nenhuma possibilidade da volta da esquerda a presidência e que, caso a direita não tenha outro candidato, Jair Bolsonaro continue na presidência atacando a população e deixando a camada mais pobre da sociedade a mercê do coronavírus e sem nenhuma assistência.
Uma esquerda que defende a ‘democrática’ Folha
Mesmo com todo o papel golpista e de ataques a população, setores da esquerda pequeno-burguesa apoiam abertamente e dando um ar democrático para a Folha de S.Paulo. É o caso do presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos.
Apesar de tudo que ocorreu acima, Boulos continua não denunciando a Folha de S.Paulo e seu papel de articuladora do golpe e da subida de Bolsonaro a presidência, ou seja, na prática apoia e tem até espaço dentro desse órgão da imprensa golpista.
Mesmo nos momentos de maior ofensiva contra o PT e Lula, Guilherme Boulos tinha espaço no jornal através de suas colunas semanais, que após a consolidação do golpe foi retirado, mas que após nova ofensiva contra o PT nas eleições passadas para atacar o PT e seu candidato para a prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto, ganhou novamente um espaço nas colunas do jornal da direita golpista e entreguista.
Não denunciar um dos principais jornais do golpe é um apoio velado ao governo Bolsonaro e a perseguição ao PT e Lula. Não somente o psolista Guilherme Boulos, mas todo um setor da esquerda pequeno burguesa, que não denuncia e não rompe com a Folha de S.Paulo, afirmando ser um órgão democrático, que vez ou outra erra, mas no geral é “importante” para a democracia, esconde o passado e o presente sujo dessa imprensa venal.
Se são verdadeiramente contra o golpe, contra o governo Bolsonaro e, em particular, apoiam o ex-presidente Lula por que não rompem e continuam aliados da Folha? Mesmo nesse momento em que a Folha pede novamente as condenações contra Lula e sua cassação para as eleições em 2022.
É evidente que setores da esquerda querem Lula fora das eleições para a política da Frente Ampla e de através de interesses pessoais e mesquinhos obterem ganhos com o apoio da direita que deu o golpe e apoia Bolsonaro.