Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, o bolsonarista Arthur Lira, apresentou uma discussão que está causando um grande alvoroço dentro do Congresso Nacional e que está agradando a direita golpista. A proposta de Arthur Lira pretende mudar o sistema de governo nacional, inserindo a figura de um primeiro-ministro controlado pela Câmara, aumentando muito o poder do Congresso Nacional e manteria a figura do presidente da República, mas sem nenhum poder político.
A proposta de Lira foi bem aceita pela direita golpista e vem de encontro com o agravamento da crise política no Brasil. Com inúmeros pedidos de impeachment na gaveta de Arthur Lira e o crescimento do movimento pelo Fora Bolsonaro nas ruas, a inviabilidade da criação de uma terceira via e o aumento do apoio a Lula, e em caso de eleições minimamente democráticas em 2022 a volta de Lula. É uma manobra para retirar poderes do presidente e manter o poder nas mãos da direita golpista e a manutenção dos ataques aos trabalhadores.
Isso porque a direita não está encontrando uma alternativa à situação atual e está buscando manter-se no controle da situação, principalmente com a possibilidade de Lula chegar à presidência da República. Estão buscando uma terceira via, caso não haja uma terceira via, irão buscar manter o apoio a Jair Bolsonaro, em um acordo com o presidente fascista na tentativa de não perder as rédeas do regime. Ou seja, é o aprofundamento do golpe e é preciso ser amplamente rejeitado.
É preciso entender que o semipresidencialismo apresentado pela direita é a posição de fortalecer os representantes da burguesia. Juntamente com outras medidas implantadas recentemente para controlar ainda mais os partidos políticos, como restrições para fundo partidário, fim da participação do horário eleitoral, servem para aumentar o controle da burguesia das instituições e “sumir” com partidos que não estão alinhados com o regime atual. Devido ao aumento da crise política, querem transformar a representação política em um monopólio das grandes máquinas eleitorais da burguesia.
A direita está armando mais esse golpe para evitar uma nova derrota no ano que vem e evitar de qualquer maneira que Lula vença as eleições ou, se vencer, que ele não consiga governar. Essa nova medida apresentada pela direita revela que não há a menor possibilidade de derrotar o governo Bolsonaro e o regime golpista com setores da direita como PSDB, PDT, PSB e outros partidos da direita porque apoiam essas medidas.
Não há saída para os trabalhadores e explorados dentro do regime golpista. Contra mais esse golpe fica evidente que é necessário reforçar as manifestações e trazer cada vez mais a classe trabalhadora para as ruas contra Bolsonaro através das organizações reais da classe trabalhadora como a CUT e o MST.