A recente viagem de Lula à Europa, se pronunciando diante de parlamentares da esquerda e se encontrando inclusive com o presidente francês, Emmanuel Macron, trouxe novamente à tona o problema da defesa nacional, dos interesses do povo brasileiro e do imperialismo, como também reapareceu com a típica propaganda imperialista de “preocupação” com as florestas brasileiras, sobretudo a Amazônia.
Principalmente na reunião com o presidente francês, um dos principais tópicos em questão foi o meio ambiente. Macron, que é um dos principais defensores da intervenção imperialista no território brasileiro, utiliza-se do identitarismo com os indígenas e da sua suposta política “ambiental” para fazer demagogia e atacar a soberania nacional.
No entanto, durante todo seu pronunciamento Lula deixou claro que não seguirá a mesma política de entrega que Bolsonaro e todo o regime golpista levam à frente. Esta posição se mostrou importante para revelar que por de trás de toda demagogia ambiental está escondido tanto o problema da soberania nacional, como também as verdadeiras necessidades indígenas.
Estes últimos, sobretudo, são um dos setores mais massacrados pela política do regime golpista que não apenas promove a expulsão dos povos indígenas de suas terras como também leva à frente um verdadeiro massacre. Liderados pelos latifundiários, jagunços e pistoleiros vêm provocando um verdadeiro terror em terras indígenas e camponesas. Este foi o caso, por exemplo, da comunidade Indígena Tabatinga, na T.I Raposa Serra do Sol, que no dia 17 de novembro foi invadida e atacada por policiais do BOPE.
Como também, poucos dias antes, tornou-se conhecido o caso da comunidade Pindó Mirim, Terra Indígena Itapuã, no município de Viamão (RS), que foi atacada por pistoleiros que atearam fogo na Casa de Reza e em dois carros dentro da comunidade.
Dia após dia esta situação torna-se mais comum em todo território brasileiro, revelando que os problemas identitários e ambientais estão longe de ser as principais necessidades da população indígena.
Com base em todos estes acontecimentos, mostra-se como uma necessidade urgente a revindicação dos indígenas pela dissolução da PM e de todo aparato de repressão. Como também, se coloca como uma urgência a formação de comitês de autodefesa e principalmente o direito ao armamento dos povos indígenas, massacrados diariamente pelo regime golpista.
O problema das terras é outra questão de extrema importância. O regime golpista quer acabar com os poucos direitos que as comunidades indígenas têm no país e expulsá-los de suas próprias terras na defesa da política dos latifundiários e do próprio imperialismo. Por isso, é fundamental também a luta pela demarcação das terras e a garantia de que todos os povos indígenas tenham um local para viver.
Isso jamais será conquistado pela política do imperialismo, que, na prática, é o maior inimigo dos indígenas brasileiros, mas sim pela derrubada do regime golpista e a conquista de um governo dos trabalhadores, na defesa da terra e da vida destas comunidades.