A América Latina é uma região com uma riquíssima diversidade cultural mas com uma característica em comum: a opressão imperialista. Em especial do imperialismo norte-americano, que tem na região um espaço vital para seu capital parasitário. Se já no século XX o continente foi vítima de algumas dezenas de golpes de Estado impulsionados pelos Estados Unidos, o ritmo intervencionista segue a pleno vapor desde a virada para o século XXI.
O golpe de 2016, que derrubou o governo Dilma Rousseff, está inserido numa violenta onda golpista que atinge qualquer governo nacionalista na América Latina. O golpe em Honduras contra o governo de Manuel Zelaya em 2009 abriu a temporada ainda não encerrada de tentativas de golpes de Estado no continente. Algumas com sucesso, como na Bolívia, Equador e Paraguai; outras frustradas, como tem sido especialmente frequente em Cuba e na Venezuela.
Não se tratam de problemas meramente locais, mas de ações articuladas por um inimigo comum aos povos dos diversos países da região. Por isso, seu enfrentamento só poderá ser plenamente vitorioso quando for travado em conjunto por esses diferentes povos oprimidos, numa integração revolucionária contra o imperialismo e seus lacaios em nível continental.
É tarefa da esquerda é esclarecer esse problema e denunciar os setores pró-imperialistas que confundem a militância. Setores que elogiam um assassino como Joe Biden ao mesmo tempo em que atacam ou se negam a defender os governos cubano, venezuelano e nicaraguense, repetindo a mesma conversa fiada do imperialismo em torno de uma fantasiosa “democracia”. Setores que inclusive se negaram a defender o governo do PT contra o golpe de 2016 e que seguem tentando sufocar o maior partido da esquerda nacional.
Lula Presidente faz parte do combate ao imperialismo
Como já colocado, a luta dos povos latino-americanos se dá contra diferentes lacaios locais, mas no fundo temos um inimigo principal em comum, que é o imperialismo norte-americano. Nesse cenário, a candidatura Lula vem para se chocar diretamente com alguns importantes interesses estrangeiros.
Não é por acaso que Lula defendeu o governo Daniel Ortega contra os ataques da imprensa brasileira, comparando o tempo de governo com a alemã Angela Merkel e afirmando que foi preso por mais de 500 dias para viabilizar a eleição de Bolsonaro em 2018. Mesmo moderados, os governos nacionalistas latino-americanos têm pontos de inflexão em relação à sanha imperialista e por isso são alvo da sua violenta reação. Isso gera um aprendizado prático, que escapa a muito esquerdista universitário.
A candidatura Lula só será possível com muita luta, uma ampla mobilização popular de abrangência nacional, que tende a influenciar o quadro político em todo o continente por conta do tamanho e da importância do Brasil na região. Como colocado pelo companheiro Rui Costa Pimenta no ato do último domingo:
Nós temos consciência de que a nossa luta não é apenas uma luta nacional. Nós estamos do lado dos companheiros de Cuba que o imperialismo quer derrubar. Nós estamos ao lado dos companheiros da Venezuela que o imperialismo quer derrubar. Nós estamos ao lado da Nicarágua que o imperialismo quer derrubar. A nossa luta é internacional. Nós queremos a unidade de todos os povos da América Latina para derrotar o nosso inimigo maior que é o imperialismo, em particular o imperialismo norte-americano.
Esse é o nosso objetivo. E esse ato é o tiro de largada dessa campanha, companheiros. Fora Bolsonaro. Fora todos os golpistas. Lula Presidente!
https://www.youtube.com/watch?v=jW2hUDJGaxY