Sob controle dos trabalhadores

Sindicato da Conlutas dá as costas a 3 mil rodoviários demitidos

Os diretores do sindicato da CSP-Conlutas lavaram as mãos deixando a metade dos trabalhadores com uma mão na frente outra atrás, pois não houve nenhuma reversão nas demissões

O governador Paulo Câmara, do partido golpista PSB, fez jogo de cena para sair na foto junto com a imprensa venal da Globo, em nove de abril, ao lado dos patrões, concessionários das empresas de transportes de Recife e região metropolitana, dizendo reverter às demissões de três mil trabalhadores, entre motoristas, cobradores, pessoal de manutenção e das demais seções relacionadas às atividades do transporte da região.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes do Recife e região metropolitana, filiado à CSP-Conlutas, cuja diretoria é composta de membros do PSTU e do Psol, entre outros, deixou os operários na mão, tanto do governo golpista do PSB, quanto dos patrões das empresas de transporte, juntamente com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que proferiu a seguinte frase: “que as empresas não demitam mais do que já tinham demitido.” Acreditaram que a negociação por videoconferência realizada no dia oito de abril, com os patrões, seria a solução. Porém, não fizeram nenhuma assembleia, nem sequer anunciaram a organização de uma greve, ou qualquer outra medida.

Os diretores lavaram as mãos, deixando basicamente a metade dos trabalhadores com uma mão na frente e outra atrás, pois não houve nenhuma reversão nas demissões. O sindicato estava na expectativa de que fosse implementada a famigerada Medida Provisória 936/2020 que reduz os salários e suspende os contratos de trabalho dos funcionários, como fez no Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, também filiados à CSP-Conlutas. Lá, os patrões impuseram a MP, e os pelegos do sindicato, em uma capitulação vergonhosa, acataram as ordens das empresas, como Embraer e General Motors, entre outras. Nos Rodoviários, os patrões e seu governo colocaram o Sindicato no bolso. Quem sabe não tinham a mesma intenção que em São José dos Campos, a de fazer um acordo de redução nos salários dos outros trabalhadores rodoviários que ainda estão trabalhando.

A capitulação vem de antes

Desde o início do ano, os patrões vinham ameaçando demitir os cobradores, fazendo com que os motoristas exercessem a dupla função de motorista e de cobrador. No entanto, diante da pressão dos motoristas e dos próprios cobradores que ainda restavam, o sindicato teve de se mexer. Em março, houve uma paralisação. Mas, quando os patrões acionaram a justiça, ela concedeu uma liminar para encerrar o movimento. O Sindicato, em vez de acirrar a luta contra os ataques dos patrões, resolveu apelar para os deputados. Acreditava que representantes de partidos golpistas, como PSL, PSB e PSD intercederiam junto ao também golpista Paulo Câmara, e encerrou a greve.

Quanto às demissões, os patrões dos transportes de Recife e região metropolitana, desde o final de março (31), vinham anunciando as demissões que, poderiam chegar em 60%. E, todo esse tempo, a diretoria do sindicato preferiu ficar em casa, de quarentena, enquanto os patrões, com todo o consentimento do governador Pernambucano vinham preparando um corte brutal na categoria.

Estatização imediata das empresas de transportes

Depois de deixar ocorrer uma hecatombe, na qual milhares de trabalhadores e seus familiares ficariam na miséria, pois os patrões, além de demitir os três mil trabalhadores, deram um verdadeiro calote. Decretaram falência e sequer efetuaram o pagamento das verbas rescisórias. No entanto, em vez de realizar uma assembleia e propor a mobilização, a greve e a ocupação das instalações das empregas caloteiras, preferiram realizar apenas um ato (que não deliberava nada) sobre ações concretas de mobilização da categoria diante da situação de calamidade. Apenas aproveitaram para tirar dúvidas dos trabalhadores, esclarecer juridicamente os demitidos e distribuir algumas cestas básicas. Recomendamos que assistam ao vídeo do presidente do sindicato.

É necessária a ocupação das instalações das empresas de ônibus, como a expropriação de toda a frota, exigir a estatização dos transportes e tomar outras medidas para a resolução da situação. Não é possível assistir pacificamente ao tamanho ataque desferido contra os trabalhadores do transporte, bem como, a seus familiares.

Os patrões que deram um calote, com a conivência do Sindicato da CSP-Conlutas, querem que haja um genocídio na categoria dos transportes.

O golpe está sendo dado em conjunto com o governo de Paulo Câmara. Ou seja, primeiro decretam falência; depois, se utilizando de “laranjas”, participarem de outras concorrências; trata-se de uma manobra muito utilizada pelos patrões do setor de transporte público.

É preciso reverter imediatamente todas as demissões

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